Modelos de excelência

Roberto Rotondaro
Sucesso. Esta é a principal palavra que se ouve nas entrevistas dos candidatos aos cursos de MBA. Todos os executivos que entrevistei, vindos dos mais diferentes campos da atividade econômica, procuram num diploma de MBA uma significativa melhora no seu currículo, algo que lhe confira um diferencial no mercado e que o leve para o tão almejado sucesso.
Uma maneira de mostrar como alcançar os objetivos é exemplificar com cases de sucesso. Quando fui questionado a dar exemplos destas pessoas, entendi que não poderia dar os nomes dos nossos heróis clássicos pois, seria a mesma coisa que indicar um alvo errado para meu interlocutor. Um ganhador da medalha de ouro nas Olimpíadas pode ser um exemplo errado para um gerente que tem que coordenar equipes e projetos com fornecedores e clientes.
Primeiro, é fundamental que o contexto em que a pessoa atua seja bem definido para podermos saber quais as características queremos do nosso exemplo.
O cenário que as empresas estão vivendo no início do século 21 combina fatores como globalização crescente, avanços na tecnologia, principalmente aquela relacionada com a comunicação, e novas formas de organizações das empresas que redefinem as atividades da Gestão da Qualidade.
Dentro desta premissa, muito dos princípios, práticas e metodologias que foram adotados com sucesso nas indústrias tradicionais já não são mais efetivas.
O executivo hoje trabalha em networks com times semi-dependentes, composto em geral por representantes de diferentes funções de diferentes organizações, e que não estão sob seu controle direto. O controle desta situação exige todo uma nova série de habilidades. Os gerentes que operam networks devem ser bons negociadores e diplomatas, devem saber como ganhar a confiança dos outros, como construir consenso, como desenhar incentivos que encorajem os participantes a atingir resultados, como liderar por exemplo. Podemos então citar nomes como Jack Welch, da GE, ou o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior.
O desafio para um coordenador de um MBA é dizer para os candidatos que eles irão encontrar professores, palestrantes e até colegas, durante o curso, que são vencedores e que possuem características que podem ser seguidas por ele como uma segura estratégia para o sucesso.
Nosso cérebro tem uma habilidade muito grande de copiar estratégias de comunicação e de comportamento quando assiste a outra pessoa em ação. Interagir como um modelo de profissional é muito mais eficiente que ler artigos de jornais sobre ele. O conhecimento técnico ou as técnicas também são melhor aprendidas com um professor ou palestrante do que lendo um livro, e principalmente vivenciando situações reais.
Para terminar gostaria de citar o Bernardinho: técnico da seleção masculina de vôlei.
“De que forma grandes equipes constróem o comprometimento necessário para dar consistência à sua trajetória?
A única resposta que encontro está no dia a dia do treinamento intenso e obstinado, todos buscando a excelência constantemente, entendendo que são peças fundamentais de uma grande engrenagem . Como não se arrepender se não temos convicção de que demos 100% de nós.”
O executivo tem que dar o exemplo.
Roberto Rotondaro é professor-doutor do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, diretor de Desenvolvimento Gerencial da Fundação Vanzolini e coordenador do MBA Gestão de Operações e Serviços. Atualmente é consultor de empresas nas seguintes áreas: Gestão Tecnológica, Engenharia Industrial, Administração da Qualidade (Seis Sigma) Organização do Trabalho.

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