A Covid-19 mudou comportamentos de consumo e, na contramão dos acontecimentos, pode representar oportunidades para empresas inseridas no setor de pagamentos. É o que revela levantamento da Kearney. Segundo a análise, embora o novo coronavírus esteja gerando impactos significativos na vida das pessoas e nas economias ao redor de todo o mundo, a pandemia afeta diferentes indústrias de maneiras distintas, e para a indústria de pagamentos, não há apenas más notícias. “Elas podem não apenas oferecer novos serviços, como também ajudar que os clientes passem por esse período de maneira um pouco mais fácil”, afirma Sachin Mehta, sócio da Kearney no Brasil.
No início de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou consumidores a reduzirem o uso de meios de pagamento com contato, especialmente o dinheiro físico. Como resultado, as pessoas agora pensam duas vezes antes de tocar cédulas de papel e moedas. De acordo com a pesquisa, 9% dos consumidores agora evitam usar cédulas e moedas e 14% afirmaram que estão usando menos dinheiro. Outros 5% dizem que passaram a usar mais o dinheiro, enquanto para 73% dos entrevistados, nada mudou na relação com o dinheiro.
A análise aponta que a tendência de evitar tocar o dinheiro é mais significativa entre as mulheres e pessoas de meia idade, com 36% dos consumidores entre 55 e 64 anos afirmando que utilizam menos dinheiro. Ao invés disso, os consumidores estão migrando, em sua maioria, para os cartões, com uma menor porcentagem aumentando o uso de carteiras digitais.
Compras on-line
Embora os consumidores estejam fechados em casa na tentativa de achatar a curva de contágio e disseminação da Covid-19, eles não pararam de comprar. No entanto, durante o confinamento, 20% deles afirmam que aumentaram o consumo online, independente de gênero ou faixa etária. De acordo com a análise da Kearney, 8% revelam estar gastando muito mais online agora do que antes do confinamento. Outros 12% dos entrevistados contam que estão gastando mais, enquanto 8% ampliaram as compras em lojas convencionais. Nada mudou no comportamento de consumo de 72% dos consumidores.