Homens e mulheres estão lado a lado no posto de quem gasta mais e acaba não honrando as compras com cheque, entre os meses de março e abril. De acordo com a última pesquisa Perfil do Inadimplente, realizada pela Telecheque, 50% dos inadimplentes neste período foram mulheres e 50% homens.
Entre todos os motivos citados que levaram à inadimplência, o descontrole financeiro novamente destacou-se em primeiro lugar, com 28% das respostas. O segundo comportamento apontado pelos consumidores como responsável pela devolução de seus cheques foi o empréstimo de folhas para terceiros (14%).
“O descontrole financeiro é, em grande parte, conseqüência da oferta maciça de crédito aos consumidores, que acabam assumindo compromissos a longo prazo, sem planejamento, o que acaba culminando na falta de recursos suficientes para cobrir o acúmulo de contas parceladas”, afirma José Antônio Praxedes Neto, vice-presidente da Telecheque.
O estudo da Telecheque ainda constatou que o atraso salarial também é um fator que tem interferido na hora de os consumidores honrarem seu crédito no varejo. Essa foi a razão para a insuficiência de fundos de 11% dos consumidores que participaram da pesquisa. Logo em seguida, com 9% dos respostas, ficou o desemprego.
O perfil básico do inadimplente brasileiro no 2° bimestre deste ano é de 51% de consumidores casados, 33% com Ensino Médio concluído e 36% com idade entre 21 a 30 anos.
A Telecheque descobriu também a faixa de valores que gerou a maior parte da inadimplência, de R$ 50 a R$ 200. Ela respondeu por 53% das devoluções. Ainda de acordo com a empresa, 54% do total das compras efetuadas foram para pagamento em uma única parcela e 17% foram parceladas em duas vezes.
Os alvos da inadimplência foram os segmentos de postos de gasolina (21%), supermercados (18%), confecções (14%) e de acessórios automotivos (8%). “Uma das justificativas para que o segmento de supermercados apareça como destaque entre os que têm maiores problemas com inadimplência é o aumento substancial do IPS (Índice de Preços dos Supermercados), que no mês de abril apresentou alta de 1,83% ante 0,68 em março, segundo dados da APAS (Associação Paulista de Supermercados)”, ressalta o executivo.