Vitor Martins, gerente de vendas da Razer no Brasil

Novas experiências de consumo na cultura gamer

Executivo da Razer fala da trajetória e do futuro da marca que conquista fãs de jogos de computador

Da mesma forma que admiradores de determinadas marcas de automóveis e motos, por exemplo, chegam a adotar um estilo de vida ostentador dos símbolos que expressam essa preferência, no universo gamer há também casos análogos, até de consumidores que trazem a marca de escolha tatuada pelo corpo. Esse é o caso de fãs de jogos que ajudaram a tornar a Razer, indústria de periféricos e acessórios que facilitam a experiência dessa prática, uma fomentadora de lifestyle. Com sedes em Singapura e Estados Unidos, berços de seus fundadores, a companhia aproveitou as circunstâncias da pandemia para acelerar sua imersão no comércio eletrônico, conseguindo dar conta de uma demanda fora da curva nesse período, pretendendo agora mergulhar com força na vertente B2C, direcionando os holofotes para uma experiência cada vez mais completa ao consumidor final. Dando detalhes de como a multinacional consegue diversificar, incluindo investimentos e novidades na vertical do mobile, Vitor Martins, gerente de vendas da Razer no Brasil, foi o convidado de hoje (26), na 491ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Falando, de início, sobre as lições extraídas do período pandêmico, cujo aumento de demanda pôde ser respondido graças a um estoque favorável, o executivo disse que o principal ponto foi aproveitar a linha de transformação digital rumo ao e-commerce já iniciada. Segundo ele, a organização previa essa transição em alguns anos, mas a crise sanitária promoveu uma aceleração inimaginável – em um caminho sem volta. Mesmo assim, o abrupto movimento pegou a companhia preparada para o enfrentamento.

“Esse inesperado momento deixa dois principais ensinamentos: primeiro, que sempre haverá surpresas, tornando impossível um planejamento 100% perfeito. Em segundo, e como consequência da constatação anterior, temos que tentar estar sempre um passo à frente do nosso tempo, atenuando os impactos desse inesperado, que foi o que ocorreu no nosso caso.”

Ele explicou as vantagens da Razer em já estar estruturada para esse fenômeno, analisando o quanto é complexo pavimentar o caminho para um e-commerce B2C. Entre os pontos que citou, está não só a digitalização, mas a criação de estoques integrados, a complexidade da logística, principalmente em um país como o Brasil, etc., levando-se muitos meses até estar tudo azeitado para funcionar. Para ele, muitos perderam esse timing. Nessa linha, indagado sobre a penetração da companhia justamente no mercado B2C, Vitor afirmou que é a meta – a vertente representa atualmente não mais que 10% das vendas -, por oferecer margens melhores de rentabilidade e maior aproximação com o consumidor final. Isso, evidentemente sem perder a expertise consolidada no B2B e progredindo na construção de amplo ecossistema em torno dos games. Em termos de diversificação, por exemplo, ele mencionou o Razer Gold, sistema de pagamentos voltado como solução específica para comercialização dos jogos e conteúdo gamer, com benefícios e promoções. “Não vendemos games, mas tudo o que vincula esses produtos e seus consumidores a empresa desenvolve.”

A prova desse DNA, de acordo com Vitor, está no fato de ser pioneira na oferta de periféricos de computador exclusivamente destinados aos games. Há 20 anos na empresa – para a qual entrou mesmo antes de sua constituição oficial na união de dois empreendedores de Singapura e Estados Unidos –, ele participou da chegada dos primeiros mouses, teclados, caixas de som, específicos para o mundo gamer. “Somos hoje a única organização global 100% focada nesse segmento.” Para ele, esse é um dos fundamentos que explicam porque a marca acabou se constituindo em um lifestyle, uma cultura, algo que também, assegurou o gerente, se deve à preocupação com qualidade e direcionamento, mencionando o exemplo do mouse da linha Naga, que, antes de chegar ao mercado, demandou 40 protótipos testados, inclusive por gamers influenciadores. “A paixão pela marca é tanta que são inúmeros casos de fãs que fizeram tatuagens com o nome e símbolos da Razer pelo corpo. Tudo fruto de proximidade, ouvindo muito esse público, um excelente pós-venda e foco no segmento.”

Na concepção do executivo, a pandemia ajudou a impulsionar também a necessidade de deslocar a atenção à disponibilidade de produtos para oferecer experiências completas aos consumidores. Para ele, não basta mais que o cliente encontre a mercadoria no on-line, mas é necessário criar meios de interatividade nas lojas, vídeos explicativos para potencializar a exploração das funcionalidades, muito conteúdo, e deu um exemplo específico: hoje toda a linha Razer segue com o Chroma RGB, que são luzes que interagem com a maioria dos jogos, levando a uma maior imersão do gamer. Ele assegurou ainda que a empresa pretende continuar investindo pesado, como faz desde sua gênese, no universo do e-Sports e espera continuar crescendo no mercado – com a ressalva que não, evidentemente, nos níveis atípicos registrados durante a pandemia. Vitor pôde ainda contar um pouco dos planos para este ano, inclusive de continuar investindo no mercado mobile, com vários acessórios que possibilitam o bom aproveitamento dos games pelos aparelhos celulares.

O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 490 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA encerra a semana amanhã (27), com o Sextou, que debaterá o tema “Edtechs: A revisão da educação, com muita inovação”, reunindo Ana Carolina Pereira, diretora da Cypher Learning no Brasil, Marcelo Lopes, co-fundador e diretor pedagógico da Foreducation EdTech e Fabrício Theophilo, head de growth marketing e novos negócios da amais educação.

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