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Novo recorde negativo na confiança

Em agosto, o Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 81 pontos. Sendo esse o pior desempenho desde que a pesquisa começou, em 2005. O levantamento foi feito pelo Instituto Ipsos entre os dias 14 e 31 de agosto em todo o Brasil. No INC, os valores acima de 100 pontos significam otimismo. Abaixo disso, indica pessimismo.
Embora a diferença sobre julho (84 pontos) esteja no limite da margem de erro da pesquisa (três pontos), o desempenho do INC nos últimos meses indica uma piora gradativa da confiança do consumidor brasileiro. Em agosto de 2014, por exemplo, foram registrados 143 pontos. Ou seja, em um ano houve uma queda de 62 pontos. “Essa queda acentuada pode ser explicada pela maior insegurança dos brasileiros no emprego. Além disso, o consumidor está perdendo a esperança de que a economia vai melhorar a curto prazo”, diz Roberto Mateus Ordine, presidente em exercício da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo).
EMPREGO E COMPRAS
Segundo o INC, no mês passado, cada entrevistado conhecia em média 4,4 pessoas que perderam o emprego. Ante 4,31 pessoas em julho. Além disso, 57% dos brasileiros ouvidos pelo Instituto Ipsos estavam inseguros no emprego e 15% seguros. Em julho, essa relação era de 53% e 18% e, há um ano, era de 26% e 38%. Por causa disso, apenas 19% estavam mais à vontade para comprar eletrodomésticos, contra 62% menos à vontade. Na pesquisa de julho, esses números eram, respectivamente, 18% e 60%.
Sobre a análise de sua situação econômica atual, 51% avaliaram como ruim, ante 25% que julgaram boa. Em julho, essa diferença era menos ampla: 49% a 27%. O índice ainda trouxe outro dado inédito: 34% das pessoas responderam que acreditam que sua situação financeira vai piorar nos próximos meses contra 33% que acham que vai melhorar. Foi a primeira vez que há uma parcela maior de consumidores pessimistas em comparação com os otimistas. Em julho, 32% achavam que pioraria e, 34%, que melhoraria.
“Há um ano, o brasileiro estava otimista, porém cauteloso. Agora, ele está pessimista e sem boas perspectivas. O consumidor está mais inseguro e pouco propenso para compras, exigindo que o varejo foque seus esforços para capturar a atenção dos poucos consumidores que ainda se dispõem a comprar – isso por meio, principalmente, de promoções”, completa Ordine. Ele destaca, ainda, que as notícias recentes sobre possíveis aumentos de tributos contribuem para que o brasileiro fique mais acuado, derrubando sua disposição de acreditar num futuro melhor.
VISÃO POR REGIÃO
O Nordeste continua a região menos pessimista, com INC de 87 pontos em agosto contra 93 em julho. No Norte/Centro Oeste foram 77 pontos ante 90 no mês anterior – a região ainda enfrenta período de seca. Já o Sudeste e o Sul anotaram 76 pontos em agosto. Contudo, enquanto no primeiro houve um decréscimo de sete pontos na variação mensal. O segundo apresentou uma elevação de nove pontos ante julho, provavelmente em razão das chuvas em agosto, melhorando o desempenho das safras agrícolas.  
CLASSES 
Na composição socioeconômica, a classe AB continuou a mais pessimista. Embora seja o grupo com maior poder compra, o noticiário negativo tem agravado a percepção desses consumidores, que registraram em agosto um índice de confiança de 72 pontos (75 em julho). Nas classes C e DE a situação é semelhante: a falta de perspectivas acentuou o pessimismo desses grupos, que chegou a 82 pontos em agosto. No mês anterior, a classe C havia registrado 85 pontos. A DE, por sua vez, marcou 89.

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