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Rodrigo Brandão, gerente de marketing digital da Espaço Smart

O hype da IA no varejo é inevitável, mas exige cuidados

O desafio preponderante na implementação da tecnologia no setor é a aceitação cultural dentro das empresas

Autor: Rodrigo Brandão

Não é novidade para ninguém que o setor varejista está cada vez mais competitivo, complexo e desafiador. Até por isso, a busca por alavancas de crescimento e ganhos de produtividade deixou de ser uma recomendação para se tornar uma necessidade. Hoje, inevitavelmente, o uso de ferramentas tecnológicas é fundamental para que esse processo ocorra sem percalços, como ressalta o estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), no qual indica que 74% dos varejistas relataram um aumento na receita com o uso de novas tecnologias.

Entre as diversas possibilidades, a Inteligência Artificial (IA) atualmente se sobressai com certa folga como a tendência promissora para otimizar a produtividade em diversas atividades humanas, especialmente no varejo. Segundo uma pesquisa da Opinion Box, 86% das pessoas acreditam que os recursos digitais contribuem positivamente para o processo de compra, e temos visto, desde o “boom” da digitalização do setor, que os novos modelos e soluções baseadas na tecnologia têm obtido melhor aceitação das pessoas, indicando um avanço importante na percepção da sociedade.

Contudo, é fundamental reconhecer que a aplicação da IA pode variar significativamente entre diferentes segmentos e faixas de consumidores. A questão geracional, por exemplo, já traz consigo fortes mudanças na forma de ver e integrar as soluções. Enquanto para os consumidores mais velhos a utilização das tecnologias se resume apenas a conveniência no processo de compras, para as gerações mais jovens a IA pode ir muito além, sendo vista como um mecanismo para fazer compras, interagir com as marcas e obter experiências mais dinâmicas e envolventes.

Ter este tipo de discernimento quanto às diferenças, não só na questão da idade, mas no próprio setor de atuação, local do estabelecimento, entre outras variáveis, é crucial para desenvolver estratégias de marketing que realmente sejam efetivas para aprimorar a experiência de compra de todos os públicos. 

Até porque, é  essencial que a adoção da IA não ocorra apenas para seguir uma tendência. A tecnologia deve ser implementada de maneira estratégica, integrada aos valores e propósitos da empresa, com um time engajado e uma cultura centrada no cliente. Ou seja, ela deve fazer sentido dentro da jornada de compra, oferecendo valor real para o negócio em si e, sobretudo, para o consumidor.

Outro desafio preponderante na implementação da tecnologia no setor é a aceitação cultural dentro das empresas. Por mais que desejem fazer parte do movimento, muitos Boards e C-Levels resistem à cultura de “erros”, o que torna o processo com a IA complicado, uma vez que os equívocos muitas vezes ainda fazem parte de sua atuação. Hoje, a grande maioria das ferramentas exigem um período de aprendizagem e validação para começar a entregar ganhos exponenciais de produtividade. Portanto, uma mudança de mentalidade deve acontecer para que a IA possa ser efetivada e aproveitada ao máximo.

A verdade é que a IA está, de fato, revolucionando o mercado varejista. Dados publicados pela própria SBVC mostram que 64% dos varejistas brasileiros consideram a IA uma prioridade na agenda de transformação digital em 2024. No entanto, apenas adotar a IA sem uma avaliação criteriosa sobre como integrá-la efetivamente no negócio não será suficiente para sustentar o sucesso da aplicação durante o “hype”.

Rodrigo Brandão é gerente de marketing digital na Espaço Smart.

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