Karina Milaré, diretora da REDs

O impacto da dinâmica geracional no mercado

Diretora da REDs destaca o perfil da geração Z, com seus novos hábitos e valores

Enquanto para as gerações mais velhas o Whatsapp e o Facebook são mídias de recorrência cotidiana e permanente, para os jovens entre 18 e 25 anos, a chamada geração Z, são apenas ferramentas ocasionais e complementares à suas verdadeiras plataformas de interação – o Instagram e o TikTok. Deixando o Twitter para os millennials e as TVs para baby boomers em diante, a geração Z manifesta total predileção pelos streamings, enquanto para a Alfa, os nascidos depois de 2010, o metaverso já se configura como seu dia a dia. As informações fazem parte do painel oferecido, hoje (19), por Karina Milaré, diretora da REDs, empresa do grupo HSR, durante a 565ª live da Série Lives – Entrevista ClienteSA, esmiuçando aspectos da pesquisa “Movimentos Geracionais”, com relevo para os novos valores e comportamentos de consumo da geração Z, que já são economicamente ativos e representam um quinto da população brasileira.

Explicando, de início, o foco da empresa em estudar as mudanças sociais de hábitos e comportamentos e diversos outros assuntos, não só sob encomenda para clientes, mas para o próprio entendimento das transformações, Karina disse que no caso da sondagem “Movimentos Geracionais”, tudo partiu da vontade de entender o que mudou principalmente depois da pandemia. Segundo ela, havia, desde o ano passado, a vontade de perscrutar as diferenças entre as gerações em termos de valores, sentimentos, perspectivas e percepção em relação à própria vivência atual e o quanto isso impacta no consumo. Mesmo estando sempre de olho nessas questões, era chegada a hora de realizar um estudo específico, que se realizou no primeiro semestre deste ano.

Antes de mergulhar nos detalhes do levantamento, a executiva contou um pouco dos motivos que a levaram a criar a REDs. Com mais de 20 anos de experiência em pesquisas de mercado, notou que havia uma dor das companhias em relação ao conhecimento na área. “As grandes empresas de pesquisa e mercado são verdadeiras escolas quanto a modelos metodológicos e estruturas que dão conta de grandes projetos dos contratantes. Por outro lado, existem as boutiques do setor, pequenas organizações com diferenciais voltados para expertises, customização e, enfim, um atendimento mais direcionado e especializado. Nosso propósito foi nascer unindo os dois fatores, oferecendo o mesmo grau de proximidade das pequenas, mas com amplitude estrutural e tecnologia capazes de absorver projetos mais robustos e estratégicos.” Disso nasceu, há 10 anos, a holding HSR – Specialist Researchers abrigando várias organizações de pesquisas, cada uma delas com uma especialização, entre as quais a REDs, que é focada em bens de consumo.

Dessa forma, falando dessa área que é sua especialidade, Karina comentou sobre a complexidade de um panorama em que tudo muda em grande velocidade e que há uma busca de equilíbrio no ambiente de recessão na economia global. Por isso, existe uma demanda por parte das companhias tentando entender as decisões de consumo atuais, o que leva a novas formas de as mesmas reagirem em termos de produtos, comunicação e na forma de se conectarem de fato com os consumidores diante dos seus comportamentos emergentes. Assim, ela detalhou de que forma as sondagens agora adquiriram uma configuração de muito mais de continuidade, em comunidades que são acompanhadas pelas redes sociais, etc. “O acompanhamento mais interativo do próprio sistema de pesquisa agora é uma realidade. Porque, as pessoas, principalmente as mais novas, são impactadas por diversos e contínuos estímulos. E esses jovens ajudam o pesquisador que sabe se conectar com ele, porque uma de suas fortes características é quererem ser ouvidos.”

O estudo “Movimentos Geracionais” foi realizado sob esses critérios e dividido em diversos temas. Dentro do principal recorte da pesquisa, junto à geração Z, marcada por jovens com idade entre os 18 e 25 anos aproximadamente –  primeira que já nasceu digital-, os principais valores detectados foram amor, confiança, empatia, sendo este último o único que só aparece com destaque dentro dessa faixa geracional. “Precisam ter a certeza que se relacionam com pessoas e empresas que de fato se importam com eles”, salientou a diretora, acrescentando que uma expressiva busca por autoconhecimento e fortalecimento da auto-estima também são fatores marcantes nesse público. Para ela, ao contrário do que pressupõe o senso comum, as pessoas dessa faixa etária querem casar – ou um verdadeiro compromisso amoroso -, ter carro, casa própria e uma grande necessidade de segurança.

Duas características muito claras ressaltadas pelo estudo são a troca absoluta da TV pelas plataformas de streaming e, no quesito cuidado com a beleza, a preferência por empresas nativas digitais, aquelas que se denotam propósitos muito claros. Depois de abrir parênteses para comentar sobre a geração Alfa, os nascidos depois de 2010 e contar que, para eles, o metaverso já está presente no seu dia a dia, a executiva voltou à geração Z contando que seus representantes já somam 20% da população e vão se tornando economicamente ativos, chamando a atenção das empresas. Dando um panorama da relação desses jovens com as redes sociais, ela indicou que, ao contrário da média das gerações mais velhas, que ainda dão primazia para o Facebook e o WhatsApp, os Z’s deixam clara a predileção do Instagram em primeiro lugar, seguido do TikTok. “Estas duas mídias, com grande destaque para o Instagram, formam uma dupla muito significativa para essa geração, em função da rapidez de interações e de respostas. Velocidade é algo crucial para esses jovens”, explicou Karina, podendo ainda, ao longo da live, discorrer sobre exemplos práticos desse novo universo de conexão com a geração Z e de que forma as organizações vão buscando ferramentas para customizar esse relacionamento.

O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 564 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever.  A Série Lives – Entrevista ClienteSA prosseguirá amanhã (20), com a presença de Júnior Azadinho, gerente de vendas nacional da Student Travel Bureau, que falará da jornada de educação internacional com intercâmbio; na quarta, será a vez de Bruno Wolmer, diretor executivo comercial da Coty Brasil; na quinta, André Romanon, country manager da Roku Brasil; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “Engajamento: Mais que torcedores, verdadeiros clientes?”, reunindo Bruna Botelho, CEO e fundadora da StadiumGO!, Claudio Pracownik, CEO da Win The Game e Fernando Patara, cofundador e head de inovação da Arena Hub.

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