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Pedro Alexandre, Rodrigo Soeiro e Thiago Cesar

O mundo das criptomoedas já alcança o dia a dia do consumidor?

CEOs de Wiboo, Monnos e Transfero debatem perspectivas da criptoeconomia e sua inclusão na experiência dos clientes

A febre dos bitcoins, que marcou boa parte da década passada, pode representar apenas uma minúscula onda se comparada ao tsunami em que  se vem configurando a criptoeconomia na atual transição rumo à maturidade. Mesmo constituindo-se ainda um mercado em maturação, com alta volatilidade, as chamadas aplicações financeiras por meio das blockchains vem se mostrando um caminho para democratizar o conhecimento e a inclusão de todos. E mais, as moedas virtuais começam também a ganhar o mundo do relacionamento entre empresas e consumidores, inclusive por meio de plataformas de fidelização e engajamento. Esses e muitos outros aspectos, como os aspectos regulatórios desse mercado que já movimenta trilhões de dólares, fizeram parte do debate especial que reuniu, hoje (18), na 428ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA, os empreendedores Pedro Alexandre, CEO e fundador da Wiboo, Rodrigo Soeiro, CEO e fundador da Monnos, e Thiago Cesar, CEO e cofundador da Transfero.

De saída, o fundador da Monnos apontou o fato da live reunir três brasileiros pioneiros no mercado de cripto e destacou as iniciativas arrojadas e visionárias dos mesmos. “Embora muitos ainda continuem estudando essa nova modalidade de negócio, quem empreende acaba conhecendo bem mais do assunto, porque sente na pele a forma como esse mercado se comporta. Com mais de 17 mil moedas virtuais já em circulação, estamos voltando aos tempos do escambo. Ou seja, cada indivíduo se identifica mais com algum dos tokens, posicionando-se ali por enxergar um valor vantajoso e, por meio de empresas DeFi, finanças descentralizadas, ou CeFi, finanças centralizadas, efetuam suas trocas, em transações fáceis, ágeis, baratas e sem qualquer fronteira.”

Na visão de Rodrigo, trata-se de uma disrupção total no trânsito financeiro, oferecendo ganhos generalizados. Em negócios que, no seu entender, só poderão ser inviabilizados por excessos regulatórios que possam surgir. Ele forneceu ainda alguns números que dão uma ideia da magnitude desse mercado: representa hoje cerca de US$ 2 tri em transações, mas, quando se olha para o mercado total de bolsa de valores, já chega a algo em torno de US$ 70 trilhões. “O que demonstra o potencial de crescimento da criptomoeda, que deverá coexistir plenamente com o mercado financeiro tradicional, com mecanismos que tornará este muito mais democrático. Hoje, constitui-se não mais que 10% das finanças mundiais, entretanto a criptoeconomia começa a ganhar força, bastante visível já em vários países.”

Depois de concordar plenamente com essas primeiras colocações, Thiago falou um pouco da Transfero. Com sede no chamado Crypto Valley em Zug, na Suiça, e espalhando escritórios pelo mundo, a empresa se posiciona como uma das grandes processadoras de pagamentos em criptomoedas no país. Para ele, esse criptomercado tem-se mostrado uma grande saída para os investidores em países mais fragilizados seja do ponto de vista econômico ou político. Depois de relembrar alguns casos famosos que deram evidência ao bitcoin, como o do financiamento privado à defesa do processo da Wikleaks, em meados da década passada, ele demonstrou como esse recurso virtual pode ajudar a proteger patrimônios. Citando casos como os dos vizinhos Venezuela e Argentina, onde a criptoeconomia cresce muito para fugir da sanha regulatória dos governos, o executivo explicou que a empresa criou a BRZ  – Brazilian Digital Token –, uma espécie de “Real virtual”, em função da não convertibilidade da moeda oficial brasileira, ou seja, a impossibilidade de o correntista possuir conta em dólar, euro ou qualquer outra moeda estrangeira. Em resumo, a criptomoeda promove a internacionalização e libertação no mundo financeiro. É, na sua concepção, um contraponto vantajoso em relação às moedas fiduciárias que caminham todas para a tendência da desvalorização.

Enquanto Pedro, ao explicar o nome da startup, a Wiboo, proprietária do utility token brasileiro WiBX e do game WiBX GO, plataforma que propicia o ganho do token para trocar por serviços, criptomoedas ou mesmo o dinheiro tradicional, na trajetória de engajamento dos consumidores com as marcas. Uma iniciativa de marketing digital quebusca democratizar a entrada das pessoas nessas tecnologias por meio de suas ações no dia a dia. Em um mundo de complexidade e risco, apresentando já perto de mais de 17 mil moedas, há maior segurança nesse sistema com premiação via gamificação, segundo o executivo, que fez questão de destacar a maturidade que o mercado vem adquirindo, enaltecendo a solidez e consolidação de empresas como Monmos e Transfero.

“Se não olharmos para a inovação e a competitividade, não só em termos de empreendedorismo, mas na vida dos indivíduos que desejam proteger seus ativos seja de que tamanho forem, fica muito difícil educar as pessoas em termos financeiros”, disse o o CEO da Wiboo. Para ele, corroborando com as manifestações de seus antecessores no debate, se antes somente investidores com conhecimentos sofisticados podiam ter acesso às engrenagens do mercado financeiro, hoje as ferramentas criadas efetivamente democratizam essa possibilidade. Seja com R$ 1, ou R$ 10, à disposição, qualquer pessoa pode entender e se enveredar por esse mercado. “Sabendo, obviamente, que se trata de um sistema com seus riscos e de volatilidade, para cima e para baixo.”

Ao longo do bate-papo, os executivos puderam ainda demonstrar como a criptoeconomia permite vincular essas tecnologia com as chamadas “bolhas sociais”, sejam as famílias, torcedores de clube, etc., oferecendo tokens que promovem a inclusão para aproveitamento das vantagens que estes oferecem. Discutiram também aspectos geracionais que a sociedade vive hoje, com suas diferenças e preferências, com a propensão dos mais jovens a aprenderem a lidar com esses riscos. Ainda pontuaram o quanto o bitcoin foi apenas uma “marolinha” diante da “tsunami” que  se vão se tornando as aplicações via blockchain pelos diferentes setores e camadas da sociedade, além de analisarem os desafios que enfrentarão as iniciativas inibidoras e regulatórias dos governos para conectar todos esses avanços ao sistema financeiro tradicional.

O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 427 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA volta na segunda-feira (21), recebendo Andrea Dolabela, diretora geral de produtos, marketing e experiência na Dasa, que dirá como a empresa está ressignificando a experiência do paciente; e a agenda já tem confirmada a presença, na terça (24), de Tiago Alves, CEO do IWG; e na quarta (23), de Altino Cristofoletti Junior, CEO e sócio-fundador da Casa do Construtor.

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