Matheus Lins, fotógrafo e fundador da produtora Trinta Dezessete

O poder do audiovisual: o que realmente prende o público?

Para que o vídeo realmente viralize ou se torne um ótimo conteúdo para consultas, o toque precioso fica por conta da importância, ou seja, se o público está precisando mesmo dessa informação 

Autor: Matheus Lins

Vamos a um fato: poucos usuários do Youtube tradicional (sem pagar pelo serviço) assistem a mais do que 2 ou 3 segundos de um vídeo propaganda. Aliás, é essa uma das principais justificativas da própria empresa para atrair assinantes ao pacote Premium – não perder tempo com esses micro vídeos.

O audiovisual tem dessas. Ao mesmo tempo em que as pessoas preferem assistir a vídeos, o conteúdo precisa ser muito bem feito para que fiquem por lá até o fim. E se voltarmos isso para vídeos corporativos, o impacto deve ser muito maior, milimetricamente pensado para segurar aquela pessoa.

O storytelling como a pitada de sal que faltava

Falar, falar e só vender. Isso é coisa do passado. Hoje precisamos contar uma história, agregar valor, mostrar que somos iguais e queremos o mesmo. O consumidor final não se convence mais com promoções. Tem que haver um motivo por trás para que aquele vídeo irresistível o convença a fechar negócio.

Quando falamos em redes sociais, por exemplo, um vídeo tipo reels já é um bom caminho andado. Não muito longo, passa a mensagem certa, impacta com a criatividade usada e pode ser compartilhado infinitas vezes. E podemos provar: 83% dos consumidores consideram compartilhar um vídeo criado por uma marca (State of Video Marketing).

Contudo, não basta ser criativo. Precisa ter o tempo certo.  Vídeos com menos de 90 segundos retém 53% dos usuários até o último segundo, enquanto vídeos com mais de 30 minutos retém apenas 10%.  Ainda de acordo com a mesma pesquisa, 81% das pessoas são convencidas a comprar um produto ou serviço depois de assistir a um vídeo. Ou seja, o storytelling da marca precisa estar altamente qualificado e conectado com a história que ela quer contar. E ser atraente.

Em termos práticos, vale saber:

  • Vídeo do Instagram: 1 minuto
  • Story do Instagram: 15 segundos
  • TikTok: 7 a 15 segundos
  • Twitter: 44 segundos
  • YouTube: 2 minutos
  • LinkedIn: máximo de 30 segundos

Mas, qual posicionamento tomar nas redes sociais?

Para que o vídeo realmente viralize ou se torne um ótimo conteúdo para consultar (e ficar ali na tão querida zona de “salvo”), o toque precioso fica por conta da importância dele. O seu público realmente quer saber aquilo? Está precisando dessa informação? Você é a pessoa certa para falar sobre isso?

Vale ainda criar estratégias para engajamento. Perguntas, quizz, pontos de ajuda, tudo é válido para que o público corresponda. Não apenas ele, mas os próprios colaboradores da empresa. Afinal, são essas pessoas que fazem o tradicional e funcional boca a boca, passando a mensagem para uma rede enorme de pessoas.

E um detalhe: se estamos falando de redes sociais, a linguagem por si só deve ser mais leve, descontraída. Fora o LinkedIn, que atua num campo mais sóbrio, redes como Instagram, Facebook, Twitter e Youtube precisam de um toque cômico ou realmente conectado com a vida real.

No mais, a dica é pesquisar. Pesquisar muito, fazer benchmarking, analisar o que o público consome, quer, precisa. Isso leva sempre a bons conteúdos. E resultados!

Matheus Lins é fotógrafo e fundador da produtora Trinta Dezessete.

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