Executivo da Idwall descreve de que forma o trabalho da regtech permite construir uma jornada mais fluida, principalmente no onboarding
O ano passado foi recordista em quantidade de tentativas de fraudes no país, somando 4,1 milhões, enquanto somente no primeiro trimestre deste ano, número já chega a 1 milhão de ações de golpistas, conforme Indicador de Tentativas de Fraudes do Serasa Experian. Esse é um terreno fértil para o crescimento das regtechs, empresas com soluções tecnológicas que, por meio da identidade digital, facilitam o onboarding dos clientes e reduzem os riscos de fraudes. Criada em 2016, a startup Idwall é um dos exemplos de expansão à base de inovações que não só promovem agilidade e fluidez na experiência oferecida no processo de cadastramento, como se insere em uma visão maior de customer service. Depois de disponibilizar, dentro do B2B, ferramentas como o Background Check, o OCR de documentos e o Face Match, a startup avançou com o aplicativo MeuID, aproximando ainda mais empresas e usuários finais pelas vantagens da identidade digital. Compartilhando os detalhes desse mercado, Felipe Penido, head de inteligência de mercado da Idwall, foi o convidado de hoje (13), da 582ª live da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Provavelmente, quem já preencheu um cadastro no digital já se utilizou, sem saber, de uma das ferramentas da Idwall, assegurou, de início, Felipe, ao falar da vocação e das características da startup. Trata-se de uma plataforma de identidade digital, segundo ele, que busca suprir, de um lado, as necessidades regulatórias e de gerenciamento de risco que as instituições financeiras e empresas de outros setores possuem e, de outro, os anseios de agilidade, confiabilidade e segurança demandada pelos consumidores finais das mesmas. As soluções tecnológicas desenvolvidas pela regtech permitem checar com rapidez, por exemplo, se o documento apresentado é verdadeiro e se a face do cliente confere com o mesmo, o que já barra a tentativa de fraude com uso de documentos alheios. “Além disso, fazemos uma aferição das informações oferecidas pelo consumidor e se são compatíveis com o perfil que a organização almeja. Enfim, trata-se de uma avaliação geral do risco, com automação de processos, criação de segurança e eliminação de fraudes para impactar positivamente o negócio do cliente.”
Abordando do lado do usuário final, o executivo lembrou a relevância que há nessa porta de entrada da experiência junto às empresas. Notadamente no que se refere às novas gerações de consumidores, salientou ele, ainda mais exigentes quanto à rapidez, com sucesso, da fase burocrática de acesso ao serviço ou produto. Para Felipe, uma das principais missões da Idwall é estar por trás desse momento, garantindo que a jornada seja a mais simples e fluida possível. Nesse aspecto, indagado sobre uma das inovações da startup, que é o aplicativo MeuID, instrumento de identidade digital que o consumidor pode baixar em lojas de aplicativos, sendo útil já para acelerar o cadastramento nas organizações e que, num futuro próximo, garantiu Felipe, poderá servir de autenticação automática da pessoa.
Questionado sobre o impacto desse tipo de ferramenta individual em um mercado com sistema de open finance, o executivo afirmou que esse foi, justamente, um dos principais aspectos que levaram a empresa na criação do aplicativo. “O volume estratosférico de fraudes registrado no último ano só tende a crescer nesse sistema, porque, cada vez mais, não se pode assegurar que a identificação oferecida pelo usuário final seja mesmo verdadeira. Então, com o MeuID, fica possível autenticar as informações e ainda apresentar um histórico do comportamento do consumidor no mercado, buscando-se até permitir melhores condições de créditos e vantagens a ele, dependendo de sua conduta em pagamentos e idoneidade.” De acordo com Felipe, existem cerca de 60 milhões de brasileiros sem acesso ao crédito, mais a quantidade dos chamados “semidesbancarizados”, algo que pode ser abrandado significativamente com as informações de uma identidade digital. E lembrou que, segundo levantamento da McKinssey, apenas a solução dos problemas de identidade digital impulsionaria o PIB brasileiro em mais 3% até 2030.
Dentro dessa linha, o head mostrou que os desafios para esses avanços tecnológicos se popularizem está nas diferenças de cultura regionais, em um país com as dimensões como o Brasil, e nas dificuldades de dar conta do arcabouço regulatório junto com as várias camadas de personalização do atendimento de cada companhia contratante. No final das contas, com as ferramentas que dão maior fluidez à jornada do usuário final e com a inovação do MeuID, o head disse considerar a Idwall a mais B2C das organizações voltadas para vertente B2B. Até porque, ao abrir o aplicativo no celular, o consumidor já terá ali uma lista das organizações que aderiram à plataforma e, assim, tudo fica mais fácil e rápido, o que envolve não apenas bancos digitais, mas, conforme exemplificou, locadoras de veículos, instituições de ensino, etc.
Depois de descrever os detalhes da experiência do usuário final em uma experiência de validação e autenticação atual, Felipe pôde também abordar índices que apontam a quantidade de clientes que são perdidos pelo onboarding permeado de atritos. Ele ainda esmiuçou os aspectos dos valores das informações, da transparência e tudo mais o que empresas e consumidores podem ganhar com as soluções de identidade digital, dentro de uma visão mais ampla de customer services.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 581 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA encerra a semana amanhã (14), com o Sextou especial que tratará do tema “Black Friday: O que esperar em experiência do cliente este ano?”, reunindo Aline Haeckel, general manager da Eshopper, Carolina Moreno, especialista em e-commerce na Adobe Experience Cloud e fundadora do Mulheres no E-commerce, Igor Melo, head da Onebeat no Brasil e Stefan Rehm, CSO do Grupo Intelipost.