Juliana Vital, Global Chief Revenue Officer na Nubimetrics

O que esperar do mercado de e-commerce em 2025?

As sete principais tendências que deverão impactar o setor este ano

Autora: Juliana Vital 

O ano de 2024 revelou um cenário dinâmico e profundas mudanças no e-commerce. A intensificação de tecnologias como a Inteligência Artificial revolucionou o modo com os vendedores gerenciam suas operações, otimizando tomadas de decisões e tornando-as mais assertivas.

Diante disso, as projeções indicam um faturamento de R$ 205 bilhões em 2024, com crescimento contínuo nos próximos anos: R$ 225 bilhões em 2025, R$ 248 bilhões em 2026 e R$ 273 bilhões em 2027, segundo o estudo da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Por outro lado, em 2025, o comportamento do consumidor passará por novas transformações impulsionadas por crises globais, mudanças políticas e o impacto de tecnologias disruptivas. 

Segundo o relatório “Consumidor do futuro 2025” criado pela WGSN, encontraremos quatro perfis principais de clientes para o período: Neo-Niilistas, que buscam propósito pessoal fora das expectativas sociais e desconfia das instituições para resolver problemas globais; Reducionistas, aqueles que desejam diminuir o tempo de tela e focar em experiências e conexões humanas; Protetores do tempo, clientes que valorizam experiências que agreguem valor à vida, priorizando qualidade e momentos significativos; e Pioneiros, que significa os que procuram inovações que melhorem o mundo físico e digital, sendo atraídos por soluções disruptivas e experiências transformadoras.

Entendendo que os compradores estão em transformação, é importante também estar atento às principais tendências para os negócios do segmento. Por isso, listo as principais que devem impactar o setor, abaixo. 

1. A Inteligência Artificial vai continuar em alta 

A IA será uma das principais forças motrizes do e-commerce em 2025. Com o uso de algoritmos avançados, os vendedores terão uma visão ainda mais detalhada sobre suas operações, obtendo insights valiosos sobre preferências, tendências e padrões de consumo.

Isso não só ajudará a melhorar a recomendação de produtos, como também a otimizar estoques, ajustar campanhas e criar um atendimento ao cliente mais eficiente, com chatbots capazes de interagir de forma mais precisa e personalizada. 

2. Busca por alta performance em um meio de grande concorrência 

A competição no e-commerce está mais acirrada do que nunca, o que intensifica a busca por alta performance. Segundo levantamento da Amcham, 47% das empresas acreditam que isso impactará diretamente suas operações, enquanto 38% se consideram prontas para liderar esse processo.

Nos marketplaces, a pressão por resultados será ainda maior, exigindo que os vendedores foquem em estratégias para otimizar suas ofertas, expandir seus catálogos de produtos, encontrar demandas insatisfeitas e melhorar a experiência de compra.

A análise de métricas de desempenho, como taxa de conversão e retenção de clientes, por meio de ferramentas de dados e inteligência, será crucial para entender o impacto de cada ação, ajustar estratégias conforme necessário e garantir a relevância no mercado, conquistando assim novos públicos.

3. Sustentabilidade em foco

Com consumidores cada vez mais conscientes, práticas sustentáveis se manterão em destaque neste ano. Essa tendência faz parte de um movimento mundial que cresce cada vez mais. Marcas e vendedores que adotarem processos transparentes sobre a origem dos produtos, oferecendo também soluções ecológicas e embalagens, se destacarão para conquistar aqueles compradores que buscam formas de consumo mais responsável.

4. Experiências de consumo mais customizadas 

A personalização se tornará um diferencial ainda maior nos marketplaces. Com o uso de IA, será possível oferecer recomendações de produtos e criar interações únicas com compradores por meio de chatbots, aprimorando a experiência de compra e aumentando o engajamento nos marketplaces.

Além disso, os vendedores poderão utilizar dados de forma estratégica para identificar interesses e comportamentos de compra, adaptando a jornada do cliente e tornando-a mais relevante e próxima. 

5. O live-commerce seguirá com força

O live-commerce, ou venda ao vivo, continuará sendo uma tendência forte em 2025. Esse modelo que nasceu na China, durante a pandemia, rapidamente se espalhou para outros mercados, transformando a forma de comprar e vender online. Nos marketplaces, possibilita interação direta entre vendedores e compradores, oferecendo demonstrações de produtos em tempo real e um atendimento mais próximo. Essa conexão atrai consumidores e incentiva decisões de compra.

6. Vídeos em destaque na criação de estratégias

Os vídeos continuarão sendo ferramentas poderosas no e-commerce. De acordo com a Tipping Point Labs, 85% dos compradores têm mais chances de comprar produtos depois de assistirem a um conteúdo sobre ele.

Por isso, desenvolver estratégias criativas que usem esses elementos para engajar e informar consumidores será essencial, permitindo às marcas e vendedores demonstrar produtos, educar o público e construir uma conexão mais próxima.

7. Comunidades de criadores impulsionam o consumo 

As comunidades de criadores vão ganhar mais relevância, ajudando as marcas a alcançar públicos mais amplos e engajados. Estudo recente da Kantar mostra exatamente isso: parcerias com influencers e criadores de conteúdos ajudam a fortalecer a credibilidade e influenciam nas decisões de compra.

Uma certeza nós temos pela frente: o mercado de e-commerce e marketplaces continuará aquecido em 2025, porém, saber mapear as preferências dos compradores é um exercício fundamental que permite ao seller obter informações para rever e atualizar estratégias e, assim, conseguir se adaptar a um mercado que promete ainda mais mudanças nos próximos trimestres.

Juliana Vital é Global Chief Revenue Officer na Nubimetrics.

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