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Paixão, só pelo cliente?

Décima primeira edição do ClienteSA News reflete sobre movimento de algumas empresas de endurecem regras sobre relacionamentos amorosos no trabalho

A imprensa repercutiu, recentemente, um movimento surgido dentro de grandes empresas, por meio de iniciativa dos conselhos administrativos e comitês de alta liderança, de recrudescimento das regras quanto aos relacionamentos amorosos no ambiente de trabalho. Para refletir sobre esse cenário, a 11ª edição do ClienteSA News, realizado na noite de ontem (02), recebeu Rafaela Frankenthal, CEO da SafeSpace, e o casal Fernanda Góes, Chief Sales Officer da Olos, e André Godoy, cofundador e Chief Transformation Officer da Olos, ao lado dos co-hosts Vilnor Grube, CEO da ClienteSA e VP da Aloic, Rodrigo Tavares, vice-presidente sênior de CX da RecargaPay, e Wellington Paes, fundador e CEO da Conexão Customer. Debatendo o assunto, os convidados chegaram a uma possível conclusão: a tentativa talvez seja a de trazer à tona problemas em que, principalmente as mulheres, vem sendo envolvidas de forma inconveniente há muito tempo, e sem canais para se manifestar.

O bate-papo se iniciou pela história de Fernanda e André, igual a milhares de pessoas que se conhecem dentro de uma empresa e, de forma natural e consentida, passaram a vivenciar algo mais que a convivência de coleguismo profissional. Ele é o fundador da Olos há 13 anos, e ela chegou na empresa há sete anos, crescendo organicamente em sua carreira na área comercial. Fernanda contou que o sentimento genuíno que os levou a um relacionamento amoroso, tornando-os um casal reconhecido e admirado interna e externamente, teve de ser tratado de forma muito delicada o tempo todo, exatamente por acontecer dentro de um ambiente de interação profissional.

A executiva acredita que o fato dela já estar há muitos anos na organização e conquistado, por sua seriedade e profissionalismo, o respeito de forma generalizada, no final das contas esse  momento de suas vidas acabou fluindo melhor do que esperava. “Os comentários maldosos devem ter existido ao longo do caminho, mas acabamos nem nos interessando mais nesse aspecto. Principalmente porque minha ascensão à liderança na empresa já havia ocorrido bem antes do envolvimento com André.” Tudo acabou bem, puderam oficializar a relação sem traumas, mas ela entende que se trata de um processo sempre mais complicado para a mulher, ainda mais em uma organização especializada em tecnologia, ambiente dominado pelo universo masculino.

Por sua vez, sendo líder da SafeSpace, empresa de tecnologia que instrumentaliza as organizações no compliance e acompanhamento dos comportamentos humanos, monitorando eventuais assédios e atitudes inapropriadas, Rafaela foi convidada a comentar se existe diferença, nesse sentido, em tamanhos e tipos de companhias. “Sim, nas de maior porte há uma flexibilidade mais evidente para se lidar com essas questões, principalmente porque nas empresas com muitos colaboradores, existe mais chance de ocorrerem relacionamentos amorosos livres dos conflitos de interesse. Tudo flui de uma forma muito mais natural e sem interferir no dia a dia da empresa.”

Indagada por Rodrigo sobre como vê essa proliferação de matérias na imprensa falando do endurecimento de regras para dificultar os relacionamentos amorosos nas empresas, Rafaela afirmou que isso está indiretamente ligado ao crescimento das denúncias de assédio. Trata-se, assim, de inibir as tentativas de relacionamentos forçados, os não consentidos. “Apesar de ser relativamente fácil identificar a diferença entre um movimento de paquera e o de assédio e importuno, isso pode representar, na cabeça de quem está tomando a iniciativa, uma zona cinzenta de entendimento. Então, esse endurecimento é uma tentativa de delimitar mais claramente as linhas de forma a que fique tudo mais claro. É preciso mesmo que todos passem a ser mais cuidadosos, tendo uma orientação mais precisa de como se comportar e em que situações.” Ela ainda contou um exemplo que mostra como, muitas vezes, a pessoa assediadora se faz de desentendida tentando justificar eventuais intenções, mesmo diante da ausência da reciprocidade no interesse.

Na sequência, a troca de reflexões prosseguiu a respeito dos critérios para que haja clareza generalizada sobre os limites e conceitos tais como consentimento mútuo (sempre, necessariamente, literal e explícito), recorrência de abordagens, impactos desses momentos, entre muitos outros entraram em pauta, mostrando o quanto isso é muito mais exigido de pessoas em posições de liderança e direção nas organizações. André lembrou o quanto esses problemas demoraram a serem tratados de forma mais explícita e ampla. “A mulher, principalmente, vem sofrendo assédio há muito tempo no ambiente de trabalho, onde se torna ainda mais problemático. É algo que vinha sendo mantido debaixo do tapete. Agora tem ficado cada vez mais viável surgirem as denúncias, como por meio da ferramenta da SafeSpace que permita que isso aconteça de forma anônima.”

Ao longo da live, os debatedores puderam ainda avaliar, inclusive respondendo questões da audiência, com Vilnor, Wellington e Rodrigo conduzindo as análises da problemática em vários tipos de ambientes e situações. O vídeo, na íntegra, está disponível no Youtube, no ClienteSA Play, compondo um acervo em cultura cliente composto por mais de 2,4 mil vídeos. O programa ClienteSA News retornará às 18h30 do dia 16 de outubro.

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