Em pouco tempo, quem não estiver dentro desse movimento, certamente nem existirá
Autor: Felipe Mello
A palavra inovação está na moda. Em todos os encontros e reuniões com executivos, alguém sempre fala da importância de inovar. No entanto, vejo muita teoria, vontade em excesso, mas, na prática, tudo isso está andando a passos lentos.
As companhias querem ter uma cultura inovadora, mas esquecem que precisam passar por uma série de mudanças. É preciso reestruturar a cultura da empresa, trazer as pessoas para dentro dessas transformações e, claro, ter tecnologias que auxiliem nesse processo.
Não tem como ser inovador sem passar por isso e sempre lembrando que, atualmente, é a inovação que leva as empresas a alcançarem novos ares.
Se você tem uma cultura assim, certamente já está colhendo diversos frutos de tudo isso, como produtos e serviços melhores e mais competitivos, uma equipe motivada e mais dispostas e uma posição bem melhor no mercado. Agora, se ainda não fez nada a respeito, sinto informar que esta não é uma questão de escolha, mas uma necessidade de sobrevivência. É preciso virar o jogo antes que seja tarde demais.
A 4ª edição da pesquisa Ace Innovation Survey, liderada pela consultoria de inovação ACE Cortex, que fornece um panorama da inovação nas companhias brasileiras, mostrou que inovar é prioridade de 85% das empresas na formulação de suas estratégias de negócios. Entretanto, apenas 36% possuem uma estrutura adequada para fomentar e desenvolver novas ideias.
De acordo com o levantamento, 45% dos respondentes acreditam que a principal barreira para a inovação é cultural. Ou seja, entendem que a visão, os valores, as estratégias e os processos de suas empresas não derivam de uma mentalidade disruptiva. Para 35%, o impasse é financeiro – eles creem que faltam recursos para financiar projetos de inovação. Aproximadamente 25% enxergam que a ausência de uma liderança focada em inovação é o principal problema.
Há inúmeros desafios a serem enfrentados para que as empresas se tornem inovadoras. Entretanto, esse é um caminho possível se pensarmos nos resultados que a inovação pode trazer.
Não é só de tecnologia que se faz inovação
A grande maioria percebeu que não basta apenas trazer tecnologias de ponta e falar que é inovadora. Embora as soluções tecnológicas ajudem nesse processo, é preciso ir além. Na verdade, o que mais falta é fator humano. Ou seja, pessoas que compreendem, de fato, os benefícios que a inovação pode trazer. Esta é a questão mais importante.
É preciso estar aberto para que os colaboradores sejam protagonistas dos negócios, tenham voz e tragam propostas, ideias e soluções. Seguindo essa lógica, as empresas terão que abrir espaços para experimentos, testes, riscos e sucesso.
A pesquisa Mapa da Inovação Corporativa, da AEVO, mostra que 88% das empresas dizem incentivar e dar liberdade para que os colaboradores proponham novas ideias à organização, mas em apenas 23,5% os meios e ferramentas para isso são adequados.
Além disso, 44% não têm um modelo para reconhecer os mais engajados com a inovação, mas 42% dizem saber lidar com erros e fracassos “bons”, comuns na jornada de inovação e 76% das companhias afirmam assumir riscos em prol da inovação, ainda que em diferentes níveis de ousadia.
Quem tem um time engajado na inovação tem uma empresa que sabe enfrentar os desafios no mercado e ter respostas mais ágeis para possíveis situações inesperadas; detém uma alta performance em resolver problemas de maneira rápida e eficaz, sabe ampliar a participação em novos nichos e possui o foco totalmente na experiência do cliente.
Há uma série de oportunidades para quem decide ser inovador. Hoje, podemos até falar que algumas empresas ainda não entraram nessa dança, mas em pouco tempo, quem não estiver dentro desse movimento, certamente nem existirá. Por isso, não deixe de aplicá-lo em seu negócio.
Felipe Mello é gerente de projetos e desenvolvimento da Yank Solutions.
