Executivo da Celltrion Healthcare expõe de que forma a inovação permite um maior acesso a medicamentos de alta complexidade
O segmento de saúde, por suas características de abrangência e importância, impulsiona muitas visões empreendedoras, mas, logicamente, tende a beneficiar mais os agentes que nele entram movidos por um propósito que favoreça a sociedade. Esse foi, justamente, a motivação que levou engenheiros da indústria automobilística sul-coreana a dar uma guinada radical de atuação. Pensando em favorecer o acesso popular aos medicamentos de alta complexidade pelo caminho dos preços mais baixos, fundaram a Celltrion Healthcare, especializada em biossimilares, que substituem produtos referentes, mas se diferenciam dos genéricos justamente pelos sofisticados caminhos tecnológicos da biofarma. Criado há 20 anos, o grupo desembarcou no Brasil em plena pandemia, há dois anos, mas cresce exponencialmente por ver o propósito materializado em estratégias acertadas de distribuição, gestão e suporte aos pacientes do sistema público de saúde. Com o planejamento de lançar um novo biofármaco por ano, até 2032, no País, a empresa ruma para faturar por aqui cerca de R$ 500 milhões já neste ano, conforme detalhou, hoje (29), Michel Batista, gerente sênior de negócios da Celltrion Healthcare no Brasil, ao longo da 573ª live da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Iniciando por uma visão geral da empresa, o executivo explicou que o grupo Celltrion é formado pela Healthcare, que comercializa e distribuiu os medicamentos globalmente, a Celltrion Inc., que desenvolve as moléculas, a Celltrion Pharm, que atua localmente na Coreia do Sul, além de outras unidades de negócios dedicados aos segmentos de skin care, laboratórios químicos e entretenimento. Criado em 2002 na cidade sul-coreana de Incheon, o grupo tem como fundadores um grupo de engenheiros saídos de uma grande montadora de automóveis que decidiu olhar para o mercado daquele país com a visão de, por meio do empreendedorismo, ajudar a população. Foi quando se viram inclinados a fundar uma companhia farmacêutica que, de alguma forma, estimulasse o comércio de medicamentos com uma competitividade que levasse à diminuição dos preços e, por consequência, ampliasse o acesso dos pacientes coreanos às novas tecnologias em saúde.
Com esse propósito em mente, criaram uma organização que trabalha com produtos biológicos, atuando na pesquisa de novos tratamentos e nos segmentos de biossimilares – medicamentos de alta complexidade tecnológica substituindo produtos referências cujas moléculas perderam a patente e são reproduzidas. “Prova disso é que um dos medicamentos aprovados no Brasil para uso emergencial no tratamento para a Covid-19 é fabricado pela Celltrion. Ou seja, além de favorecer o mercado com os biossimilares, nossa organização tem também alta capacidade de desenvolver novas moléculas.” Nesse caminho, em apenas duas décadas de existência, o grupo já está presente em 123 países. O executivo atribui esse feito à decisão estratégica, tomada há aproximadamente cinco anos, de dispensar o emprego de parcerias nos mercados internacionais e assumir completamente as operações, por motivos de privilegiar a gestão doméstica. O que vem, gradativamente, se consolidando em todas as regiões e tende a acontecer também com a operação brasileira.
Depois de detalhar os transtornos enfrentados por iniciar os negócios em território brasileiro no auge da pandemia, em 2020, Michel assegurou que o propósito de trazer novas tecnologias de maneira mais acessível favoreceu o crescimento significativo justamente nessa fase. Para dar uma ideia dessa evolução, ele mencionou que, enquanto naquele ano o faturamento não passou dos R$ 7 milhões, em 2021 já se elevou para R$ 274 milhões e, para este ano, as previsões são de superar o meio bilhão de reais. Na sua concepção, essa rápida alavancagem pode ser explicada pela equação do oferecimento de qualidade, propiciada por um nível avançado de tecnologia, mas a um custo menor, o que favorece tanto a atuação no mercado privado quanto no público. Além disso, há a aceitação, segundo ele, à medida que foram acontecendo os contratos com setores governamentais e operadoras de saúde, comprovando a eficácia dos medicamentos, fruto de longo trabalho especializado e eficaz. As desconfianças iniciais foram se transformando em conhecimento e aprovação, o que permite à Celltrion Healthcare projetar, até 2032, o lançamento de um produto por ano no País.
Na sequência, ele traçou um panorama da atuação no mercado brasileiro, via visitas aos médicos para gerar prescrições, contratos e acordos com os atuais 25 distribuidores de medicamentos e na participação em editais dos órgãos governamentais ligado à saúde – a atividade da companhia, por enquanto, está concentrada em 70% no setor público e 30% no privado. Michel pôde ainda delinear os caminhos do biossimilar de alta complexidade em biofarma, diferenciando-o dos genéricos, de fácil replicação; detalhar o programa Celltrion com Você, suporte especializado para uso dos medicamentos no SUS; e analisar as características e perspectivas desse universo dos biofármacos, inclusive, aprofundando o conhecimento cada vez maior sobre as doenças e os caminhos de combatê-las.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 572 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA encerra a semana amanhã (30), com o Sextou Híbrido especial que trará o tema “CX: O real time como atenção para engajar e encantar”, reunindo Daniel Topper, CEO da Zarpo, Fábio Turuta, diretor de desenvolvimento de negócios da Gertec, Karen Caruso, head de experiência de atendimento do Banco Original, Bruno Borges, CMO da Provu, Augusto Mazeto, superintendente de ouvidoria do Banco PAN, Daniela Bouissou, diretora de transformação da Liberty Seguros e Karla Cristiane dos Santos, diretora de experiência e atendimento da Leroy Merlin.