O Índice de Confiança do Consumidor da Nielsen, que mede a perspectivas de empregos locais, finanças pessoais e intenções imediatas de gastos, chegou a 84 pontos no Brasil, de acordo com a medição do segundo trimestre de 2017. O resultado continua abaixo da linha de otimismo – de 100. Contudo, houve aumento de 10 pontos em comparação ao mesmo período de 2016.
Realizado por metodologia online em 63 países, o estudo mostra que a maioria dos brasileiros entrevistados (89%) acredita que o país está passando por uma recessão – percentual inferior em comparação com o final do ano passado (91% no quarto trimestre de 2016). Mesmo com uma melhora sutil na percepção do cenário econômico atual, o Brasil ainda permanece como o penúltimo entre os países pesquisados na região, ficando apenas à frente da Venezuela, onde 97% dos entrevistados disseram acreditar que a recessão econômica ainda é uma realidade naquele país.
Para equilibrar a balança entre renda e gastos, 83% dos entrevistados alegaram ter adotado mudanças em seus hábitos de consumo. As duas principais táticas mencionadas para reduzir o orçamento doméstico foram: cortar entretenimento fora do lar (61%) e gastar menos com roupas novas (56%). No quarto trimestre de 2016 essas ações foram as mais citadas pelos entrevistados, atingindo 62% e 55%, respectivamente. Uma nova ação para reduzir gastos cresceu entre os brasileiros: Adiar a troca de dispositivos tecnológicos, como computadores e celulares, por versões mais novas. Esse comportamento subiu de sexto (44% no final de 2016) para terceiro lugar no segundo trimestre de 2017 (50%).
A principal medida apontada pelos entrevistados brasileiros para continuar economizando quando as condições econômicas melhorarem, foi economizar com combustível e eletricidade (40%), seguida por cortar despesas com telefonia (32%) e gastar menos com roupas (27%). Isso indica que os cortes com entretenimento fora do lar e tecnologias estão mais conectados ao momento econômico do que a transformações duradouras nas preferências de consumo.
Durante o segundo trimestre de 2017, os entrevistados disseram que, após pagar as despesas básicas, eles gastam o que sobra com entretenimento fora do lar (38%) e quitam suas dívidas (32%). Os brasileiros foram os que menos colocaram dinheiro na poupança entre os latino americanos. Enquanto metade dos entrevistados em países como Peru, Colômbia e México disseram ter poupado parte desse dinheiro remanescente (55%, 50% e 46%, respectivamente), no Brasil esse percentual foi apenas de 12%.