Second Screen: por que ser multi-tela?

Autora: Regina Garrido
Aposto que você, apenas hoje, já acessou suas redes sociais; curtiu o status de algum amigo no Facebook, postou algo no Twitter, fez check-in no Foursquare ao chegar ao restaurante para almoçar, e já conferiu seu extrato bancário via aplicativo mobile; não necessariamente fez tudo isso, nessa ordem. Mas há algum tempo essa é a rotina de grande parte das pessoas que possuem um dispositivo móvel, e isso inclui smartphones, tablets, e-readers ou qualquer aparelho que esteja livre de fios para acessar a internet. No Brasil, até o final de 2013, a venda de smartphones havia atingido os 36,5 milhões; um crescimento de 123% se comparado ao ano anterior, segundo o IDC. Esses números demonstram como o consumidor está cada vez mais conectado, e não somente para enviar e-mails, trocar mensagens instantâneas ou baixar apps, mas também para interagir com marcas, inclusive durante o tempo que antes era dedicado exclusivamente à TV. Enquanto você acompanha o seu programa favorito, por que não comentar ou mesmo compartilhar em tempo real comentários interessantes sobre ele nas redes sociais? Este é o comportamento por trás do conceito second screen, ou, em tradução livre, segunda tela.
A Rede Globo, uma das principais emissoras do país, aproveitou a tendência durante o Carnaval deste ano, e pediu aos internautas que utilizassem hashtags para classificar as escolas de samba durante os desfiles. A hashtag que tivesse o maior número de menções seria a oficial da escola. Ainda durante o Carnaval 2014, a Salesforce ExactTarget Marketing Cloud mensurou as tags mais utilizadas pelos internautas e quais os perfis mais citados durante o período. Os mais lembrados foram o da cantora Ivete Sangalo e os das escolas de samba Unidos da Tijuca e Dragões da Real. Já as tags #bbb, #tv e #carnaval ocuparam o primeiro lugar da lista de mais utilizadas. Sabendo que o reality show Big Brother Brasil (#bbb) e o Carnaval eram exibidos pela TV e em um horário aproximado e na mesma época, fica fácil concluir que os telespectadores estavam ao mesmo tempo assistindo a programação e interagindo em seus smartphones ou tablets. Outro exemplo do cenário é a Copa do Mundo, em um evento que é tradicionalmente televisionado bastava fazer uma pesquisa rápida na app store do Android para encontrar mais de 250 aplicativos disponíveis para download, entre tabelas virtuais, wallpapers das seleções e até jogos. A própria FIFA disponibilizou um aplicativo oficial – baixado mais de 22 milhões de vezes -, que além de trazer atualizações em tempo real sobre os jogos também permitia interações e compartilhamentos nas redes sociais. Ou seja, a programação televisiva praticamente norteou o comportamento online do internauta, reforçando a ideia da interação multi-tela.
Considerando que o número de canais para alcançar o consumidor é cada vez maior, investir em estratégias multi-telas pode ser a chave para o sucesso da sua campanha; sabendo que a sua marca deve sempre estar presente no lugar em que o consumidor passa mais tempo. Para o mercado brasileiro, o cenário é ainda mais atraente. Segundo uma pesquisa do Google Brasil, 30 milhões de brasileiros utilizam três telas ao mesmo tempo, diariamente. E para ter uma base do potencial do número, basta saber que na França, 19 milhões de pessoas formam o grupo de internautas multi-telas, enquanto no Reino Unido são ´apenas’ 16 milhões.
Regina Garrido é consultora especialista em marketing na Salesforce ExactTarget Marketing Cloud, palestrante e professora de Marketing Digital.

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