O m-commerce pode ser definido como a capacidade de gerenciar atividades econômicas usando um dispositivo móvel, como smartphone ou tablet: para movimentar dinheiro, pagar contas, comprar bens e realizar negócios. No Brasil, o rápido aumento do número de smartphones torna o mercado cada vez mais próximo do nosso dia a dia. Dos usuários de celulares, 21% utiliza alguma ferramenta de m-commece para adquirir bens ou serviços, 6% para transferir dinheiro e 8% usa a tecnologia paga contas, conforme aponta o estudo da Ericsson, “M-commerce em mercados emergentes”, produzido pelo ConsumerLab. Segundo o relatório, o serviço tem grande potencial de crescimento em países como Brasil, Argentina e México.
O estudo revela, também, que nessas regiões apenas uma minoria da população tem conta em banco. “Na América Latina, 61% da população não está incluída no sistema bancário, quase metade da força de trabalho está empregada informalmente e o dinheiro em espécie é o método mais frequente de pagamento, o que gera uma preocupação extra com a segurança na hora de realizar compras”, explica André Gualda, especialista do ConsumerLab da Ericsson na América Latina.
Os principais motivadores para se utilizar os serviços financeiros móveis nesses mercados são a comodidade, a rapidez e a facilidade adicional do usuário em não precisar recorrer ao dinheiro vivo nas transações. Uma das razões de o dinheiro em espécie ainda ser muito atrativo para a realização de negócios é a rapidez, a clareza no pagamento e a possibilidade de um controle mais direto das pessoas sobre seus gastos. Ele aparece como a forma mais conveniente quando o remetente e o receptor estão no mesmo lugar físico. Porém, quando não estão, ele se torna inconveniente. A falta de transparência do sistema bancário também é um influenciador.
De acordo com o relatório, 56% dos brasileiros que ainda não utilizam serviços de m-commerce, acreditam que a falta de segurança é principal barreira para adotar a tecnologia. “A segurança é sem dúvida a principal barreira para os brasileiros, principalmente pelo fato de relacionarem ao m-commerce experiências negativas comuns no país, como fraudes de cartão de crédito e até mesmo furtos ou roubos de celulares”, completa Gualda. Apesar das barreiras, a quantidade de usuários de serviços de m-commerce deve crescer significativamente. No Brasil, na Argentina e no México, o número de usuários de pagamentos móveis deve mais do que dobrar no futuro, já o de consumidores que optam por realizar transferências e pagamento de contas com a tecnologia deve triplicar. Entretanto, o aumento da adoção dos serviços de m-commerce dependerá, principalmente, da confiança dos consumidores no sistema e nas ferramentas de que ele necessita.
Muitas são as vantagens socioeconômicas da introdução do m-commerce nos mercados emergentes, especialmente porque muitos dos países sofrem com a pobreza, a falta de infraestrutura e o comércio insuficiente. Além de aumentar a atividade econômica, o pagamento por aparelhos móveis facilitará as transações diárias, tornando-as mais convenientes.