A Siemens anuncia que atuará de forma mais agressiva na oferta de soluções e gestão de serviços a partir deste ano. A mudança na cultura da organização, antes com ênfase em produtos, é a principal estratégia da companhia para melhorar os resultados e garantir o crescimento com rentabilidade. Em cinco anos, espera-se que a receita com serviços e soluções cresça 75% e represente 50% do faturamento total da companhia no país. Em 2003, os serviços representaram cerca de 30% dos R$ 4,6 bilhões faturados pelo grupo.
Após organizar um grupo com representantes das seis áreas da atuação da empresa (telecomunicações, indústria, medicina, energia, iluminação e transporte), o primeiro passo foi levantar as melhores práticas dentro da própria Siemens. Uma das principais referências é a divisão de TI, a Siemens Business Services, única do grupo totalmente voltada para serviços. Com apenas cinco anos de existência, a divisão já corresponde a cerca de 3% do faturamento total da empresa, porcentagem comparável a de outras áreas que comercializam produtos. “Como a divisão já nasceu para prestação de serviços, vamos utilizar a expertise desenvolvida em vendas e também as metodologias criadas para consolidar a nova cultura nas outras áreas”, afirma Adilson Primo, presidente da Siemens.
A companhia também definiu como prioridade dentro do programa a implementação de um modelo único de gestão de projetos, geração de negócios (desvinculados da base instalada), alinhamento e padronização de processos e centralização do atendimento ao cliente na América Latina.
Com essa mudança, novos mercados se apresentam para a companhia, como a terceirização de processos de negócios, especialmente no mercado financeiro que, sozinho, representa cerca de 30% dos R$ 15 bilhões do mercado total de TI no Brasil. “Com a terceirização de atividades como digitalização de imagens e documentos, entre outros, os bancos podem reduzir significativamente os investimentos em processos que não são essenciais para o core do negócio”, explica Primo. Atualmente, apenas 20% dessas atividades são realizadas fora do banco.
A formação de parcerias também está prevista para aumentar a participação em nichos específicos, como fez recentemente com a Proservvi, empresa de processamento de documentos bancários, que receberá R$ 20 milhões nos 18 próximos meses em aportes e tecnológicos para competir neste segmento, e com a Diveo, para a ampliação do porfólio de serviços no segmento de medicina.