Tecnologia competitiva mundialmente


O nível de competitividade de um país em relação aos outros é importante instrumento para definição de políticas e estratégias de crescimento para instituições públicas e privadas. Estudo elaborado e divulgado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial sobre o instigante tema delineia a dimensão exata do que precisa ser feito por aqui e em outras nações no que tange ao desenvolvimento.

No trabalho, o Brasil figura no 66º lugar no índice de competitividade global, dentre 125 nações. Suíça, Finlândia e Suécia ocupam os três primeiros lugares, respectivamente. Ano passado, o País aparecia numa posição melhor: 57º, com 117 nações listadas. Agora, perdeu pontos significativos em itens básicos, como infra-estrutura e condições das instituições públicas. Mas, é no pilar macroeconômico que a coisa pega. Segundo o relatório, o elevado spread bancário tem considerável peso no problema, inibindo investimentos. A alta carga tributária também é fator agravante – o País figura em último lugar neste item dentre todas as nações relacionadas.

Porém, no fator de negócios, o quadro é antagônico: o Brasil detém elevada sofisticação neste ambiente, graças aos processos produtivos, técnicas de marketing e a disponibilidade de fornecedores locais presentes em bons níveis. Já no pilar tecnologia, o Brasil se apresenta melhor do que a média alcançada por todos os itens juntos que compõem o índice. Nesta questão inclui-se a medição da tecnologia disponível, taxas de transferência tecnológica e o grau de absorção existente na área.

De fato, é perceptível que a tecnologia tem andado um pouco mais rápido do que proeminentes pontos estudados neste relatório. O motivo disso talvez esteja vinculado a alguns fatores importantes. Dentre eles, ressaltaria o fato do País ter um parque de desenvolvimento de sistemas aplicativos bastante avançado; possuir projetos de TI de porte, implementados em grandes empresas, referenciais no mundo; e uma mão-de-obra no setor qualificada.

Além disso, algumas empresas de TI instaladas no Brasil têm sido bastante contundentes na oferta de inovação ao mercado. Para o desenvolvimento de tecnologia em qualquer lugar, é fundamental que ela esteja em permanente transformação e mudança. Isso está até intrínseco no significado da palavra tecnologia.

Porém, para chegarmos perto de alguns países asiáticos, com alta capacidade e inovação tecnológica, o Brasil terá muito ainda que caminhar. Além de melhorar os índices em questões anteriormente citadas, deverá avançar na qualidade de itens fundamentais, como educação e saúde, e também concentrar esforços para diminuir a desigualdade social. A tecnologia poderá no futuro apresentar índice mais satisfatório para ajudar o País a melhorar sua posição no ranking global de competitividade. No entanto, sem mexer bruscamente no quadro envolvendo este tripé (educação, saúde e desigualdade social), o pilar de TI brasileiro jamais se tornará um dos líderes nesta tabela classificatória de capacidade de desenvolvimento.

Paulo Bonucci é presidente da Unisys Brasil.

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