Luís Otávio Marchezetti, VP de engenharia, banda larga e experiência do cliente da SKY

Uma transformação de dentro para fora, pelo cliente

Os desafios impostos nos últimos anos ao segmento de TV por assinatura, cercado por incursões de atividades concorrentes – que vão dos pesos-pesados das plataformas de streaming globais à disseminada e criminosa pirataria dos sinais digitais -, têm conduzido empresas desse ecossistema a acelerarem os processos de reinvenção do negócio, como é o caso da SKY. Presente em 100% dos municípios brasileiros, a companhia se moveu aderindo ao streaming, aplicando IA para melhorar a experiência do consumidor e com a mudança cultural que embute na consciência de cada colaborador a necessidade de pensar no cliente como se fosse o dono da empresa. Os detalhes dessa transição que se iniciou há três anos e inclui o projeto “Uma Sky para cada Brasil”, foram compartilhados, hoje (24), por Luís Otávio Marchezetti, VP de engenharia, banda larga e experiência do cliente da SKY, ao longo da 391ª live da série de entrevistas dos portais ClienteSA e Callcenter.inf.br.

Engenheiro de formação com desenvolvimento de carreira em áreas técnicas, mas que acabou expandindo seus conhecimentos e atividades também para a gestão da experiência do cliente, o executivo iniciou o bate-papo falando um pouco da história da SKY. Até por conhecimento de causa, pois a marca está há 25 anos no Brasil, sendo que ele tem 26 anos de empresa. Isso porque participou dos preparativos técnicos quando era profissional da DirectTV para a fusão com a SKY. Hoje, a operadora de TV via satélite na modalidade DTH, ou direct-to-home, está presente em todo o território nacional. “Somos a única organização do segmento presente na totalidade dos municípios brasileiros, com uma base de 4,2 milhões de clientes, que usufruem da nossa flexibilidade em modelos pré-pagos e pós-pagos.

“Nosso principal foco para oferecer excelência na experiência dessa base está na inovação permanente.”

Nessa linha, Otávio ressaltou a exigência do alto nível de agilidade desse mercado, um setor em transformação por conta das operadoras de streaming, que têm levado os consumidores a repensarem a questão do entretenimento. “Esse fator nos leva a nos reinventar, mas enxergando esses novos players não como concorrentes, mas complementares à nossa atividade.” E lembrou que, há três meses, a SKY aderiu ao modelo, com sua própria plataforma de streaming, a DirecTV Go, hub de conteúdo on demand. Nesse sentido, descreveu o desafio a que se impôs a organização, que é o de abarcar as várias realidades dentro do país, com muitos locais ainda sem sequer um sinal de 3G. “Para essas pessoas, a SKY surge como uma maneira de ter contato com o mundo. Por isso, pensamos em oferecer produtos e serviços específicos para necessidades regionais, projeto que chamamos de ‘uma Sky para cada Brasil’.”

Isso leva a organização, nos dizeres do VP, a ambicionar, pensando no cliente, ser a maior fonte de entretenimento, não “no”, mas “para” o Brasil. Para ele, esse é um dos movimentos que refletem o valor basilar da companhia, que é ouvir o consumidor e atender aos seus anseios. Na sequência, descreveu um pouco da trajetória da tecnologia de comunicação no mundo que viu a transição do analógico para o digital evoluindo do 2G ao 4G com transformações significativas, mas nada se comparando, no seu entender, ao verdadeiro salto quântico que será dado com a chegada do 5G. “A velocidade e pulverização dos meios nesse avanço tecnológico pelo mundo todo permitirão a aplicação múltipla de IoT, carros autônomos, cidades inteligentes, etc. As nações que não contarem com uma boa cobertura de 5G ficarão para trás e o Brasil está atento a isso, agindo com rapidez no leilão que abriu o caminho para os investimentos.”

Entretanto, destacou Otávio, o serviço oferecido nas 15 milhões de parabólicas em uso efetivo no país terá de migrar, pois operam na mesma frequência do 5G, que é a chamada Banda C – dos satélites para a terra -, podendo gerar interferência. A migração, então, terá de ser feita para a Banda Ku, que é a mesma na qual a SKY opera desde seu início, em seus serviços de TV por assinatura. Por isso, assegurou, a companhia já se dispôs a cooperar com os radiodifusores, governo e sociedade no sentido de manter esse sinal aberto e gratuito a todos, por meio da GLA, empresa do grupo que detém os direitos dos satélites. Mas, o que abre também oportunidade para que os donos das parabólicas se tornem clientes permanentes ou pontuais da operadora. Ao completar esse panorama das transformações em todo o segmento que forma o ecossistema de TV por assinatura no país, ele apontou também a pirataria como o principal fator a reduzir de 20 milhões para cerca de 15 milhões o público consumidor do setor como um todo, alertando os compradores que, ao adquirem os equipamentos ilegais que roubam sinais das operadoras e provedores, estão alimentando o crime organizado e correndo sérios riscos.

Já ao falar do foco no cliente, o executivo informou que, desde 2019, a organização passa por uma verdadeira transformação que inclui o digital, mas vai mais longe. Trata-se de uma nova cultura em que cada colaborador passa a incorporar um conceito de accountability, que, em uma tradução livre, significa assumir a responsabilidade pela empresa como se fosse efetivamente o dono. “Isso envolveu muita transparência, deixando a cada um dentro da empresa o grau de desafios que seriam enfrentados. Em um trabalho a ser feito em cada pilar estratégico em prol do cliente e dos acionistas. Com muita diversidade e inclusão, ou seja, tudo o que pode contribuir para trazer novos resultados ou reverter os que eventualmente estejam merecendo mais atenção.” Por fim, descreveu também estratégias de retenção de clientes com o uso de IA, entre outras.

O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 390 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A série de entrevistas terá sequência amanhã (25), com a convidada Gabriella Zaninetti, VP de marketing do ZAP+, que falará da disrupção na cadeia imobiliária; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá as transformações provocadas pelos meios de pagamentos, com os convidados Juliano Manrique, diretor executivo de soluções da Visa Brasil e Maurício Santos, diretor executivo do Claro Pay e de serviços financeiros da Claro.

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