Autor: Caio Romano
Com alto potencial de fidelização, o público universitário ganhou independência e forma sua própria opinião. Seu poder de consumo, hoje, acima da média do público jovem, aumenta seu poder de decisão em sua rede de relacionamentos. Somente no Brasil, temos 2.165 Universidades com 4,5 milhões de universitários*. A previsão do Governo Federal é que em 2010 tenhamos mais de 9,5 milhões de estudantes dentro das instituições de ensino superior.
A maior concentração desse público fica por conta da região Sudeste, que responde com 49%*. A movimentação financeira do público jovem no mercado nacional é de R$ 100 bilhões/ano** e sua influência de consumo representa R$ 94 bilhões/ano**. O total de consumo corresponde a R$ 194 bilhões/ano**.
Somente os universitários movimentam e influenciam R$ 76 bilhões/ano (cerca de 40%), mesmo representando apenas 26% do total dos jovens no Brasil**. Com base nesses dados, o investimento em ações de marketing e promoções junto a esse público cresce diariamente.
O consumo é elevado, mas ainda há muito que crescer. Em recente pesquisa encomendada pelo CIEE (Centro de Integração Empresa Escola), sobre o perfil do universitário da região metropolitana da cidade de São Paulo, alguns números impressionam: 88% dos universitários não possuem notebook, 65% não utilizam carro próprio e, o mais impressionante, 47% ainda não possuem celular.
Por ser uma das fases mais importantes da vida das pessoas, a entrada na faculdade é repleta de momentos memoráveis e, por isso, as companhias podem e devem aproveitar essa ocasião para se comunicar com essa fatia do mercado e, claro, gerar vendas. Abrir um canal de comunicação direto para inserir e fortalecer marcas pode ser uma das estratégias mais interessantes para quem precisa sustentar sua imagem.
Normalmente, muitas empresas utilizam o formato de patrocínio indireto para falar com esse setor, o que torna a ação superficial perto do que se pode fazer para atingir, de maneira assertiva, o público-alvo. Atualmente, os jovens ficaram mais exigentes e é fundamental permear uma série de ações para conquistá-los.
Ações pontuais não trazem grande retorno. Esse universo é diferente pois recebe inúmeras abordagens de diversas empresas. Para fidelizá-lo, é primordial o contato dia a dia por meio de ações promocionais “in campus” e “out campus”, participando de eventos sociais e acadêmicos, investindo em mídias segmentadas, além das parcerias com universidades e entidades acadêmicas, sempre qualificando o conteúdo oferecido ao seu target.
Mas que tipo de produto ou serviço agrada este público? Qual a melhor forma de fazer o universitário absorver as mensagens publicitárias?
Uma ótima opção é a segmentação de produtos e serviços para o público universitário. Operadoras de celular e, principalmente, os bancos já utilizam essa estratégia com sucesso há algum tempo, sempre atrelando descontos exclusivos, benefícios e informação a seus pacotes. Marcas que são “a cara” destes jovens e que levam a palavra “universitário” em seus nomes ou em sua comunicação, por si só, já atraem a atenção deste público.
Um dos passos essenciais para ser bem sucedido nesta comunicação segmentada é saber utilizar a linguagem adequada para despertar o interesse desses estudantes. Não adianta apenas exibir anúncios em rede nacional, onde a companhia atinge uma série de outros perfis, dentro de um contexto generalizado e sem uma comunicação dirigida.
Também é preciso criar novas formas de relacionamento, extinguindo o lado conservador, o que possibilita maior ligação com os futuros consumidores. É possível criar muitas novidades para estabelecer o diálogo com o universitário. O processo não é simples e, hoje, o mercado conta com equipes especializadas nessa área, inclusive, que oferecem canais de comunicação alternativos.
Sua marca pode ser utilizada por milhares de pessoas, que não necessariamente atinjam diretamente os universitários. Mas você já parou para pensar que um trabalho prévio de fidelização atual e futura pode trazer muito mais retorno para sua liderança e sustentabilidade?
Caio Romano é diretor geral da Mundo Universitário.
* Dados INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
** Dados FGV (Fundação Getúlio Vargas) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)