Estudo da Tembici mostra também que 52% dos respondentes fariam os deslocamentos em modos motorizados se não utilizassem a bicicleta
A Tembici, especializada em tecnologia para micromobilidade na América Latina, realizou o estudo “Micromobilidade no sul global”, levantamento que traz um panorama geral sobre o uso de bikes compartilhadas no continente. Os dados exclusivos da pesquisa correspondem ao crescimento do serviço de bicicletas compartilhadas, que teve um aumento de uso de 400% nos últimos 10 anos, seu impacto na mobilidade urbana das cidades, utilização das bicicletas na ciclologística, além de um perfil detalhado dos ciclistas que utilizam esse modal
De acordo com o estudo, a América Latina conta com mais de 45 mil bicicletas e 75 sistemas de bikes compartilhadas, operados em 13 países – sendo o Brasil o país com mais oferta de bike-sharing no continente, representando 33% do total. “A Tembici é responsável por 72% dos sistemas nos países em que atua, totalizando mais de 65 milhões de viagens. No entanto, vale destacar que mesmo diante desse cenário positivo, ainda existem grandes desafios de infraestrutura nas cidades atendidas, uma vez que a proporção de quilômetros de vias com ciclovias ou ciclofaixa não chega a 6%”, explicou Carolina Rivas, CIO da Tembici.
De acordo com a executiva, “com o grande crescimento do uso das bikes nas cidades, inclusive durante o período de pandemia, entendemos que era necessário reunir em um grande estudo as informações sobre as bicicletas compartilhadas, além dos impactos sociais e ambientais envolvidos. Conhecer as informações e dados dos projetos da Tembici, é conhecer a micromobilidade na América Latina. E para isso, fizemos um levantamento, que contou com aproximadamente 5.700 respondentes, além de diversas análises de dados dos sistemas e múltiplas metodologias”
Impacto e motivações
Além de cumprirem um importante papel na democratização de espaços nas cidades, as bicicletas também são fundamentais para o meio ambiente, já que 52% dos entrevistados afirmaram que fariam os deslocamentos em modos motorizados se não utilizassem a bicicleta. Mais de sete mil toneladas de dióxido de carbono foram economizados só em 2021 com a utilização dos sistemas da Tembici.
A sondagem aponta que, para as viagens durante a semana, 58% utilizam de fato a bicicleta como meio de transporte para ir ou retornar ao trabalho, reforçando a importância do modal para deslocamento. Além disso, 27% combinam o uso com outros meios de transporte, sendo 82% ônibus ou metrô.
Entre os motivos mais citados pelas pessoas que optam por se deslocar de bicicleta compartilhada nas cidades estão: 39% utilizam o sistema por conta do conforto (melhor logística para retirar e estacionar bikes, não é preciso ter uma bicicleta para se locomover, evita transportes lotados), 23% porque faz bem à saúde e 20% economia de tempo e dinheiro.
Bicicletas compartilhadas e ciclologística
Na avaliação de Carolina, “outro ponto relevante é a cicloentrega, que já apresentava fortes sinais de uso antes da pandemia e teve um aumento expressivo nos últimos anos. Além de ser uma solução sustentável para o delivery, também tem sido importante para os mais jovens, já que 43% dos ciclistas que usam bike para trabalhar têm menos de 29 anos”.
Segundo ela, com foco em atender de forma personalizada e com planos mais acessíveis e pensados para o last mile delivery, “a Tembici lançou o primeiro projeto do mundo a oferecer aluguel de bicicletas exclusivo para pessoas entregadoras, o iFood Pedal, fruto da parceria com o iFood, que já registrou mais de 2 milhões de pedidos entregues com bikes elétricas e bikes convencionais compartilhadas”.