O empreendedorismo visionário de Marcio Waldman, fundador e CEO da Petlove, se somou a uma grande dose de perseverança, cultura de cliente e gosto pela inovação. Isso tudo resultou em que a pioneira e maior plataforma digital de produtos pet do país, impulsionada também pelas mudanças impostas pela pandemia, se posicione este ano para um crescimento 130 vezes maior em comparação ao faturamento de nove anos atrás, o início de sua expansão. Os detalhes dessa trajetória foram contados pelo executivo hoje (17), durante a 58ª live da série de entrevistas dos portais ClienteSA e Callcenter.inf.br.
Surpreendida pela pandemia, como todas as empresas, a Petlove decidiu adotar rapidamente o modelo de home office para os 170 profissionais do escritório. Segundo Waldman, foi uma verdadeira operação de guerra envolvendo todas as áreas para que a plataforma online não sofresse qualquer problema de continuidade. “Além disso, incrementamos processos de segurança biológica em nossos três centros de distribuição que operam 24 horas por dia. Manter a segurança das pessoas era o mais importante. E também nos prepararmos para uma elevação nos pedidos, logicamente em função das restrições impostas pela quarentena à locomoção das pessoas.”
Quanto a essa explosão da procura on-line, basta dizer que, já no primeiro mês de quarentena, a organização registrou aumento de 300% na demanda. “Tivemos que atender sem ferir o SLA comprometido junto ao cliente”, detalhou o executivo. Foi necessário, de acordo com suas informações, readequar o budget com previsão de 15% a mais de vendas. O que acabou tendo de ser dobrado num novo planejamento realizado há 20 dias. E Waldman lembra o que representa um crescimento exponencial dessa magnitude no seu negócio. “Uma plataforma de e-commerce dessa dimensão envolve amplo e variado planejamento de logística para as entregas e reformatação de times que trabalham em turnos ininterruptos.”
Contando sua história de desafios e perseverança, o executivo relatou que, formado em medicina veterinária em 1988, e por ser também um apaixonado por tecnologia, se arriscou 11 anos depois na criação do primeiro petshop on-line do país. “Como não vendia nada, tive de manter em paralelo minha clínica aberta. Foi uma aposta que demandou grande perseverança. Só em 2005 pude fechar a clínica, pois o faturamento já compensava. Mas ainda foi uma fase dura por vários anos, implicando muitas dificuldades na vida como um todo.” Até que, em 2011, finalmente houve uma aceleração e o faturamento anual já deveria bater nos R$ 2,5 milhões. “Porém, antes que viesse um player qualquer surfar na onda que criei, comecei a procurar parcerias e, contando com investidores, fechamos o ano com faturamento de R$ 4 milhões.” Já esse ano, esse montante deverá alcançar R$ 550 milhões – aumento de 130 vezes no negócio em nove anos.
Além da visão e da perseverança, Waldman atribui esse sucesso ao desenvolvimento e manutenção de uma cultura totalmente voltada para o consumidor. “Pesquisamos muito e, por meio de nosso SAC chamado ´Experiência Petlove´, acompanhamos meticulosamente suas necessidades.” Isso foi, de acordo com o executivo, o que levou a organização a criar um sistema de assinaturas que atualmente é o maior fator de expansão do negócio. Um projeto que se iniciou há quatro anos, no qual o comprador consegue fazer uma cesta de produtos totalmente personalizado, obtendo desconto contínuo. E tudo entregue rigorosamente no prazo determinado pelo consumidor. “Hoje, depois de dezenas de evoluções no processo, temos mais de 190 mil assinaturas que respondem por mais de 60% das vendas. Com a pandemia, esse sistema passou a fazer mais sucesso. Os clientes estão migrando para o on-line e, fazendo assinatura, o que representa um compromisso de se manter fielmente nesse ambiente digital.”
O espaço para crescer, ainda assim, é enorme, ressalta o CEO. Com todo esse tamanho, a Petlove não domina mais que 1,9% do universo de vendas de produtos para pet no país. “É um mercado muito pulverizado”, explicou. Sendo o segundo maior do mundo, 90% dele ainda estão espalhados em pequenos petshops. “Consideramos estes como parceiros e não concorrentes. Tanto que criamos, nesta fase do Covid-19, a plataforma ´Projeto Arca de Noé´, na qual, em menos de cinco minutos, veterinários e pequenos lojistas do setor criam um espaço com seu logo e detalhes personalizados para vender.” Os parceiros têm, sem custos, um e-commerce criado, enquanto a logística de entrega fica a cargo da Petlove que obtém, em contrapartida, uma comissão nas vendas. Em um mês de existência, já incluiu mais de dois mil médicos e petshops em todo território nacional. “Foi uma forma de ajudar o mercado neste período, mas se tornou um novo negócio que deverá ser ampliado.”
No encerramento do bate-papo on-line, o CEO da Petlove lembrou ainda que outro avanço dse deu, há nove meses, com a aquisição da Vet Smart, plataforma de acesso para reciclagem técnica dos 130 mil veterinários brasileiros. “Envolve duas a três palestras via streaming a cada semana, disseminando conhecimento sobre as novidades na área. É totalmente tecnológico e móvel.” O espaço, segundo ele, também permite que o médico possa otimizar a prescrição do melhor produto para o animal. Com tudo isso, em plena crise a Petlove está contratando pessoas. “Vejo o futuro com muito otimismo, apesar das circunstâncias do país. Queremos continuar nessa cultura de coletividade e colaboração. Atrair parceiros com vontade de crescer juntos, numa grande plataforma em favor dos consumidores e seus pets”, finalizou. A entrevista, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube. Aproveite para também se inscrever e ficar por dentro das próximas lives.
Amanhã (18), a série de entrevistas tem encontro com Marcos David Santos, diretor de operações e serviços da Positivo, que falará sobre as transformações e oportunidades da empresa em plena pandemia. E, fechando a semana com o “Sextou?”, a live será com Ricardo Nibon, presidente da Vector, Venâncio Freitas, CEO da Alldesk, e José Antonio Fechio, CEO da Voxline, no “Sextou?”.