O Varejo Online (VOL), que representa a soma dos volumes de transações de automóveis, turismo e bens de consumo (lojas virtuais e leilões para pessoa física), atingiu no primeiro semestre deste ano o valor de R$ 3,19 bilhões, o que representa um aumento de 41,79% em relação ao mesmo período de 2003. A confirmação é da E-Consulting, Boutique Digital de Conhecimento líder na criação, desenvolvimento e implementação de estratégias competitivas e serviços para grandes corporações, juntamente com a Camara-e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico).
Em junho, alcançou um valor 58,4% superior ao registrado no mesmo mês de 2003 e correspondente a 3,3% do varejo total no país. Em julho, chegou a R$ 618,7 milhões, valor 68,2% maior ao registrado em julho de 2003 e correspondente a 3,5% do varejo, total no país durante este mês (dados estimados a partir do índice-base do IBGE).
“Vemos um crescimento sólido e sustentado do Varejo Online no Brasil, sem esquizofrenias, mas também sem abertura para outros novos players de peso. Acredito que a redução relativa do peso de autos no índice é um bom sinal, bem como o aumento da participação do turismo. Bens de consumo continuam sendo sinônimo de E-Commerce”, analisa Daniel Domeneghetti, diretor de Estratégia e Conhecimento da E-Consulting e vice-presidente de Conhecimento e Métricas da Camara-e.net.
“A Economia Digital no país reflete de maneira distorcida o crescimento do país, uma vez que ainda é bastante concentrada nas classes mais abastadas, haja vista o ticket médio em alguns casos, vinte vezes maior para lojas online frente às suas irmãs offline, exemplos de Pão de Açúcar e Americanas.com. Mas mesmo assim, seu crescimento denota a confiança dos formadores de opinião no meio, bem como certa penetração nas classes B-, o que já é uma vitória por si só. O varejo online só terá expressão de massa no país quando for totalmente adotado pelas classes B e C, o que deve levar uns oito anos ainda, até porque, além de cultural, a questão é macro-econômica… de acesso a crédito, a PCs, etc”, completa Domeneghetti.
Segundo Cid Torquato, diretor-executivo da Camara-e.net, “O Brasil não pode mais se dar ao luxo de não pensar neste mercado como um mercado fundamental para seu desenvolvimento. A competitividade do país depende – e muito – de nossa capacidade de ganharmos eficiência em nossos processos transacionais, bem como de elevarmos o brasileiro à condição de ator digital, provendo acesso à Internet aos cidadãos brasileiros – inclusão digital, tarefa dos provedores de acesso, dos Governos, de ONGs, de bancos – e ao consumo na Internet – a criação de e-consumidores, papel dos varejistas online. Isso é educação, giro de riqueza e criação de condições de cidadania. Hoje temos uma massa de mais de dez milhões de usuários que não são consumidores. Esse deve ser o foco dos varejistas, além de fidelizar (para cross-sell e up-sell) seus atuais clientes”.