Thais Schvartz, sócia e coordenadora de atendimento CX na XP Inc.

XP Inc. mais que dobra a presença de mulheres na liderança

Em entrevista exclusiva, executiva de CX fala desses avanços e de sua trajetória de estagiária a líder

Aproveitando a data comemorativa do Dia da Mulher, a XP Inc divulgou os resultados de seu programa de equidade de gênero. Desde que assumiu, em julho de 2020, esse compromisso público para todos os níveis hierárquicos até 2025, a empresa vem executando uma série de iniciativas para atingir a meta de 50% de mulheres no quadro total de colaboradoras. “Como resultado de uma agenda de ações direcionadas, estamos bem próximos de honrar com o compromisso. No último ano, a organização conquistou um crescimento de 120% de mulheres em cargos de liderança”, assegurou Marta Pinheiro, diretora de Cultura e ESG da XP Inc.

Segundo ela, esse aumento vai ao encontro do crescimento de aproximadamente 40% no número de mulheres em toda a companhia. Segundo o levantamento, em janeiro de 2021, 26,5% do quadro de colaboradores da companhia era formado por mulheres e, em dezembro, o número bateu os 33,46%. Na época em que assumiu o compromisso, as mulheres representavam apenas 22% do quadro de funcionários. “Entendemos que para atingir a meta traçada é preciso viabilizar medidas práticas, como estimular as discussões de iniciativas via nosso coletivo feminino MLHR3 que envolve a participação de colaboradoras de diversas idades, diferentes perfis e momentos de carreira, assim como, treinamento para lideranças, mentoria de carreira para mulheres, entre outras ações”, avalia a diretora.

Iniciativas em série
Entre as iniciativas da XP Inc. em prol do compromisso de equidade de gênero, estão o acompanhamento constante de KPIs de promoções e remuneração entre os gêneros; lançamento de vagas exclusivas para mulheres; treinamentos e mentorias para carreira e liderança; parcerias como o Reprograma, iniciativa de formação de mulheres para trabalhar com programação, entre outras ações. Além deste foco em desenvolvimento e carreira, a empresa também revisitou benefícios e oferece licença maternidade e paternidade estendida; auxílio creche que contempla reembolso escolar e de profissionais que cuidam de crianças para mulheres e homens, por exemplo.

Conforme detalhou Marta, “o anywhere office, programa #XPdeQualquerLugar que permite aos colaboradores trabalharem de onde quiser, impulsionou a contratação de talentos em todo o Brasil, tem contribuído para times mais diversos em toda empresa e, inclusive, estimulou o número de mulheres mães na XP. Antes do programa, apenas 15% das profissionais da empresa eram mães, agora elas representam mais de 26% do quadro feminino. De acordo com o levantamento, o modelo traz mais flexibilidade de administrar melhor a rotina de horário de cuidado com os filhos, por exemplo”.

Abraçando oportunidades
Exemplificando como se dá, na prática, a abertura para ascensão da mulher na organização, Thais Schvartz, sócia e coordenadora de atendimento CX na XP Inc., concedeu uma entrevista exclusiva contando sua trajetória de estagiária a líder de uma área estratégica. Ao mostrar sua visão geral dessa evolução, ela descreve muitos avanços, mas ressalva: ainda há uma batalha muito grande à frente.

ClienteSA – Qual fator você acredita que mais concorreu para sua ascensão na XP? Tanto nas suas qualidades como na política da organização.
Thaís: A XP tem muito enraizados os pilares de espírito empreendedor, mente aberta, foco no cliente e sonho grande na sua cultura. Assim que ingressei, na época como estagiária, consegui perceber isso e entender que muito do meu perfil e da minha forma de trabalhar tinham esses pontos também. Fui abraçando todas as oportunidades e, sempre que havia um problema para resolver, uma iniciativa para tocar, eu acabava me colocando à frente. A companhia com esse DNA e senso de dono, me deu a oportunidade de realmente ir lá e fazer, sem muitas burocracias.

Que entraves podem ainda existir para que as organizações em geral alcancem seu propósito de equidade de gênero?
Na minha visão existem entraves dos dois lados, o da empresa e o das candidatas mulheres. Do lado dos contratantes, existem muitos vieses inconscientes na hora de contratar e também promover. Então, o trabalho de conscientização tem que ser muito forte nesses dois momentos e por mais que a gente fomente a contratação de mais mulheres não podemos nunca nos esquecer de também fomentar o crescimento delas dentro da empresa.
Agora do lado da profissional, existem estudos mostrando que a mulher, diferentemente do homem, não se candidata para vagas a menos que atenda a todos os pré-requisitos. Além também de a mulher ser muito mais rigorosa e detalhista na hora de se candidatar. O que faz, além de outros motivos, com que nossos bancos de dados tenham muito mais homens candidatos do que mulheres.
Aqui na XP Inc., por exemplo, temos o MLHR3, nosso coletivo de mulheres, que fomenta discussões e iniciativas que apoiem a jornada de equidade de gênero – tanto na entrada no mercado, quanto no desenvolvimento de mulheres nesse ambiente e também aqui na XP.

Você acredita que as mulheres estão conseguindo equilibrar os avanços no mercado de trabalho com os desafios peculiares da maternidade e outros?
Com certeza! Não muito tempo atrás, era difícil encontrar o que a gente vivencia hoje, mulheres em cargos de liderança em grandes empresas, mulheres falando de empoderamento feminino, sobre maternidade, sobre equidade de gênero, quebrando o tabu da licença maternidade. Acredito também que ao adotar o modelo de home office e a flexibilidade que esse modelo traz terá ainda mais oportunidade para vermos as mulheres ascendendo nas carreiras. É claro que aqui mora um grande dilema, que é o da dupla jornada, muito mais desafiador de superar. Porque quando falamos da mulher avançar no mercado de trabalho não é só o aspecto de desempenhar a mesma função do homem, mas deste também desempenhar o da mulher quando falamos na jornada não remunerada, que é cuidar da casa e da família.
Falar sobre o assunto no ambiente corporativo, levantando discussões e rodas de conversa sobre a temática, também ajuda na ascensão desse crescimento com iniciativas práticas. O aumento da licença paternidade, por exemplo, pode ser uma das causas da diminuição da desigualdade de gênero no Brasil.

Você é otimista em relação à equidade de gêneros nas empresas no país?
Sim, mas sei que vai depender de muitas mulheres fortes e resilientes, firmando e conquistando seus espaços. Não será uma jornada sozinha e muito menos no curto prazo. Ainda existe uma batalha muito grande.

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