Apesar de não ser um nicho muito explorado pelas recuperadoras de crédito, o mercado imobiliário pode se transformar uma fatia interessante nesse ano de 2015. A crise econômica que aflige o país pode abalar um dos gastos mais planejados do brasileiro. O baixo reajuste salarial, quando comparado às alterações de taxas, juros e impostos, anunciadas no começo do ano, somado ao corte de gastos que muitas empresas deverão adotar, aumentando o índice de desemprego, pode trazer a inadimplência para um patamar até então não enfrentado pelo setor imobiliário.
“Em serviço de informação ao consumidor, devido ao momento difícil em que ele vai se penalizar de todas as formas – preços altos, queda da renda, perda do emprego, aumento de impostos -, é preciso que ele seja mais cauteloso ao se endividar, ter controle sobre seu orçamento. É um momento de cuidado e aquele que se prevenir agora, vai sofrer menos durante esse ano”, adverte Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, Anefac.
Dessa forma, o diretor executivo se mostra otimista quando questionado sobre as oportunidades para as empresas recuperadoras. “É um segmento que vai crescer porque o país, em virtude da conjunção de problemas, vai ter um crescimento muito forte da inadimplência, seja como pessoa física ou jurídica. As empresas também vão sofrer com isso. Quedas de vendas causam dificuldades para as empresas honrarem seus compromissos. Então as terceirizadas de cobrança irão se destacar, pois bancos, lojas, entre outras, irão contratar mais esse serviço de recuperação de ativos. Naturalmente, os que se prepararem agora, talvez com o crescimento no quadro de funcionários, vão se sobressair quando a inadimplência aumentar”, pontua Oliveira.