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Isaac Sidney, presidente da Febraban

Bancos elevam novamente projeções de concessão de crédito

Pesquisa da Febraban mostra que dinamismo do mercado deve-se ao desempenho para a carteira com recursos livres

As projeções para o mercado de crédito no Brasil, em 2022 e 2023, tiveram uma melhora expressiva entre setembro e outubro, revela a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas. Pela sexta vez consecutiva, os bancos elevaram a projeção de alta da carteira de crédito para 2022, passando de expansão de 11,4% para 13,9%, patamar muito próximo da projeção divulgada recentemente pelo Banco Central, que prevê aumento de 14,2% este ano. Para 2023, a média das projeções para a expansão da carteira total subiu de 6,9% para 8,0%.

A melhora das expectativas pode ser atribuída aos números correntes positivos da economia divulgados até o momento, ao crescimento maior que o esperado da atividade e às medidas de estímulo, como a reedição dos programas públicos de crédito. Para 2023, o viés é de crescimento da carteira, mas ainda inferior ao verificado este ano, em razão da política monetária mais restritiva e da previsão de menor crescimento do PIB. A Pesquisa Febraban, realizada com 20 bancos entre 28 de setembro e 4 de outubro, é feita cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e reuniu as percepções das instituições financeiras sobre a última Ata e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito para o ano corrente e o próximo.

“Ao longo do ano, as expectativas mais moderadas do desempenho econômico interno e externo foram sendo substituídas paulatinamente por uma perspectiva mais otimista. As sondagens de algumas instituições mostraram nova alta da confiança entre os empresários e consumidores em setembro, reforçando a percepção de avanço da atividade no 3º trimestre. Esses resultados favoráveis se devem à continuidade do processo de normalização da atividade econômica e às medidas de estímulo adotadas recentemente, que levam à melhoria do desempenho da economia”, avalia Isaac Sidney, presidente da Febraban.

“A oferta de crédito por parte dos bancos é uma das principais alavancas que permitiu este desempenho positivo da economia em 2022 e garante que a atividade econômica se mantenha em movimento permanente e saudável”, acrescenta Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

Novamente destaque da nova revisão positiva é o desempenho esperado para a carteira com recursos livres, cuja projeção deu um salto de 14% em agosto para 16,7%, se mantendo como o segmento de maior dinamismo. De acordo com a pesquisa, beneficiando-se do quadro de aumento da ocupação na economia e maior crescimento que o esperado da atividade e do consumo, houve melhora da perspectiva tanto na carteira Pessoa Física (de 15,3% para 17,2%) quanto na de Pessoa Jurídica (de 13% para 14,5%).

Para 2023, também são esperadas maiores altas tanto na carteira com recursos livres (de 8,4% para 9,3%), como na direcionada (de 4,7% para 6,0%).

O aumento das expectativas de crédito também atingiu a carteira com recursos direcionados que passou de 6,9% em agosto para 9,3%. Em agosto, ela havia verificado uma queda em relação à pesquisa anterior de junho. Esse resultado positivo foi liderado pela revisão da carteira PJ, de alta de 0,2% para 5,1%, refletindo a nova rodada dos programas públicos de crédito (Pronampe e PEAC-FGI), que têm mostrado elevada demanda.

A projeção da carteira PF direcionada também melhorou, passando de 10,5% para 12,8%, em razão do forte crescimento do crédito rural e sinais de resiliência da carteira imobiliária, apesar da elevação da taxa Selic.

Por outro lado, houve ligeira piora na projeção para a inadimplência da carteira livre do fim deste ano, que subiu de 3,8% (em agosto) para 3,9%, mesmo nível apresentado pelo Banco Central em agosto, sinalizando a expectativa de um cenário ainda relativamente confortável. Participantes esperam uma alta relativamente moderada da inadimplência na carteira de crédito destinada às famílias até o fim do ano. Para 50%, a inadimplência deve encerrar o ano em até 4,0%, enquanto para 38,9% a inadimplência deve ficar entre 4,0% e 4,5%. Apenas 11,1% esperam uma alta significativa (de mais de 4,5%).

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