Há quatro anos o Bar do Santa foi inaugurado em São Paulo – um empreendimento sem muita identidade, que contava com menu gourmet do Santa Gula e se localizava no meio de um quarteirão, o que era visto como um ponto negativo, uma vez que bares de esquina eram os preferidos pelo público. Para piorar, no mesmo período em que o estabelecimento foi aberto, a Lei Seca também era implantada, afugentando a clientela.
Somente um ano depois é que Maurício Laranjeira, sócio-proprietário do Bar do Santa e motociclista com afinco, resolve, após um insight, incluir dois lava rápidos de motos, dentro do bar. Ao implantá-los, além de um novo posicionamento, conseguiu fidelizar os clientes e aumentar o faturamento. Em entrevista exclusiva ao Portal Crédito e Cobrança, o empresário conta como foi o processo de ascensão.
Portal: Qual era a situação da empresa inicialmente?
Laranjeira: Além da implantação da Lei Seca, o empreendimento não tinha muita identidade e está localizado no meio do quarteirão, o que dificultava à casa emplacar, pois bares de esquina, principalmente na Vila Madalena, fazem mais sucesso. Vale destacar que antes de ser o Bar do Santa, no mesmo local, eu e sócios abrimos em 2005 a Garagem Hermética, espaço multicultural para divulgar os trabalhos de jovens artistas plásticos, unindo eventos, shows, vernissages etc. O empreendimento durou um ano, pois o público paulistano não estava apto à uma novidade como essa, ao contrário de hoje, quando locais como a Matilha Cultural, +Soma, Serralheria e o Cartel011 fazem sucesso. Assim, estava prestes a acreditar que o ponto era destinado ao insucesso, pois ficamos quase um ano com o bar dando prejuízo.
Portal: Qual foi o plano de ação para reverter o quadro? Como foi aplicado?
Laranjeira: Em 2009, implantei dois lava motos dentro do bar e assim o bar começou a atrair motociclistas de possantes e sofisticadas, além de amigos destes e curiosos, que, enquanto esperam a moto ser limpa (cerca de 50 minutos), degustam itens do cardápio. Aos poucos os finais de semana tornaram-se concorridos e muito procurados para festas de aniversários e encontro de grupos de empresas.
Portal: Quanto foi investido para reverter a situação?
Laranjeira: O investimento para a colocação dos dois lava rápidos de moto foi de R$ 40 mil advindos de outras casas das quais somos sócios, cujas finanças estavam mais equilibradas, como os restaurantes Santa Gula e Forneria do Santa.
Portal: Quais foram os resultados?
Laranjeira: Em três meses o número de clientes aumentou 70% e o faturamento mais do que dobrou.
Portal: Que ações são tomadas hoje como medidas de precaução para evitar uma nova crise financeira?
Laranjeira: Criamos noites temáticas, o que colabora para aumentar a frequência e o faturamento, e fidelizamos a brigada de funcionários, que hoje tem alternância baixíssima, o que colabora para definirmos metas de vendas na equipe, que conhece todo o cardápio de cabeça e atende os clientes pelo nome.
Portal: Que lição a empresa tira da situação vivida?
Laranjeira: Que toda experiência negativa pode resultar em conhecimento e fortalecimento, além de aguçar a criatividade para a busca de soluções.