Lenta evolução



O Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito ao Consumidor caiu 1,5% em junho. Essa é a sexta queda mensal consecutiva, atingindo o valor de 103,2. Como, por sua metodologia de construção, o indicador possui a propriedade de antecipar em seis meses, em média, os movimentos das variáveis em questão, esta seqüência de quedas sinaliza que as concessões de crédito com recursos livres, para pessoas físicas, deverão evoluir mais lentamente no segundo semestre de 2010, comparativamente ao observado durante o primeiro semestre deste ano.

 

O atual ciclo de elevações da taxa Selic, a retirada dos estímulos fiscais às aquisições de bens duráveis e a elevação do comprometimento de renda do consumidor, são elementos que deverão ocasionar o crescimento mais moderado do crédito com recursos livres aos consumidores, durante o segundo semestre, de acordo com análise dos economistas da Serasa Experian.

 

Por sua vez, o Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito às Empresas avançou 0,2% em junho perante o mês de maio de 2010, atingindo o valor de 99,5. Foi a terceira alta mensal consecutiva deste indicador, sinalizando que as concessões de crédito com recursos livres às empresas deverão prosseguir em rota de recuperação, ainda que gradual, durante os próximos seis meses.

 

Segundo os economistas da Serasa Experian, o aumento da participação do crédito com recursos direcionados no financiamento às empresas, tem deslocado a demanda destas para esse tipo de financiamento, em detrimento das fontes com recursos livres da rede bancária doméstica. Tal configuração deverá prevalecer ainda durante algum tempo, dado que os impactos das elevações da taxa Selic são menos pronunciados nos custos das operações de crédito com recursos direcionados, relativamente aos custos das operações de crédito com recursos livres. Entretanto, como a economia brasileira deverá continuar se expandindo ao longo dos próximos trimestres, e como o ciclo de elevações da taxa Selic parece estar se aproximando do final, espera-se que as operações de crédito com recursos livres voltem, gradativamente, a recuperar espaço.

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