Há quem acredite que o perfil do cliente mudou junto com a chegada da crise econômica. A verdade é que este consumidor se tornou mais consciente do que o esperado, principalmente em vista do poder de compra que ele teve nos últimos anos. Entretanto, em algum momento, no fechamento das suas contas, ele percebeu que o orçamento está mais apertado ou a conta realmente não está fechando. Uma situação comum aos dois casos é a retenção. Mas aquele que não conseguiu quitar todas as dívidas e viu a facilidade de concessão de crédito nos últimos anos, está recorrendo a este tipo de serviço para auxiliar nas despesas essenciais. Porém, assim como suas prioridades mudaram, pode ser que ele não encontre a mesma receptividade dos últimos anos.
Desta forma, apesar da precaução que as empresas concessionárias de crédito devem ter na hora de conceder, elas também precisam ser criativas na hora de oferecer condições de pagamento – e até de negociação de parcelas atrasadas – para o consumidor. Conforme explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC. Afinal, a realidade que se apresenta para o consumidor (e para as empresas) é outra, mas isso não quer dizer que ele vá desistir do crédito na primeira negativa. “Mesmo em um ano de crise, as pessoas sempre querem comprar alguma coisa, nem que seja algo mais barato do que o comprado ano passado”, pontua.
Logo, quem concede o crédito também deve se adequar a esta realidade para não perder de forma significativa a margem de clientes que conquistou nos últimos anos. Mas sem esquecer de tomar as devidas precauções. “Os bancos e as concessionárias de crédito devem tomar mais cuidado na hora de conceder o crédito, observando a régua e os serviços sobre como é o comportamento do cliente com o crédito”, aconselha Marcela. Com isso, a economista conclui que quem mudou não foi somente o cliente que busca o serviço, mas quem consegue o crédito nos dias de hoje. E, principalmente, quem consegue conceder.