É preciso olhar para a moda não apenas como estética, mas como um campo de afeto, vínculo e expressão verdadeira
Autora: Maria A. Mestriner Colli
A moda sempre teve um papel importante na economia brasileira, um setor que movimentou mais de R$ 200 bilhões, segundo a Abit, ela expressa como as gerações traduzem sua forma de ver o mundo. E poucas gerações têm revelado tanta autenticidade quanto a Geração Alpha, composta por meninas nascidas entre 2010 e 2024.
Essas meninas crescem em um universo conectado, cheio de referências, descobertas e possibilidades. Entre vídeos, brincadeiras, conteúdos e ícones culturais, elas encontram novas maneiras de expressar quem são e a moda passa a ser uma extensão natural dessa construção de identidade.
Hoje, observamos meninas que sabem exatamente do que gostam: têm cores favoritas, escolhem estampas que combinam com a sua personalidade e enxergam o ato de se vestir como um jeito de contar ao mundo um pedacinho de si mesmas. Mas, embora o digital amplie horizontes, é em casa que esse vínculo com o próprio estilo começa a florescer.
Com o tempo, momentos simples como escolher um look novo ou combinar uma peça com a mãe se transformam em experiências afetivas que ajudam a desenvolver autonomia, autoestima e protagonismo. É na cumplicidade familiar que a criança entende que suas preferências têm valor e que sua opinião importa. Esses gestos, aparentemente pequenos, constroem memórias que acompanham toda a vida.
Acredito profundamente que dar espaço para que meninas expressem seu estilo desde cedo é abrir caminho para que cresçam confiantes, conscientes e conectadas com quem são. Ao reconhecer suas escolhas, fortalecemos seu protagonismo.
Para marcas, profissionais e pessoas que desejam dialogar com essa geração, meu conselho é simples: olhem para a moda não apenas como estética, mas como um campo de afeto, vínculo e expressão verdadeira. Um espaço onde cada menina possa brilhar do seu jeitinho, com liberdade e segurança para ser quem é.
No fim das contas, quando conseguimos unir conforto, amor e significado, criamos algo muito maior. Experiências que inspiram meninas e iluminam caminhos para a mulher que elas estão se tornando.
Maria A. Mestriner Colli é CEO da Pampili.





















