Os dados a favor da evolução da experiência do cliente

Executivos de Aquarela Analytics, BigDataCorp e ClickBus mostram como qualidade da informação, governança e contexto de uso emergem como pilares para trabalhar os dados

A qualidade dos dados é um dos maiores desafios para sustentar decisões estratégicas e garantir experiências consistentes. A captura estruturada, a limpeza em várias camadas e a curadoria contínua são essenciais para evitar distorções e riscos operacionais. Da mesma forma, o valor da informação depende do contexto em que será aplicada, variando conforme o objetivo de negócio e a governança. Porém, apoiados por tecnologias emergentes, os dados permitem avançar rumo a experiências mais personalizadas e eficazes. Essas foram algumas das reflexões feitas, hoje (14), por Marcos Santos, CEO da Aquarela Analytics, Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp, e Cesar Carvalho, diretor de dados, inteligência artificial e tecnologia na ClickBus, na 1244ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

O debate foi aberto com uma questão trazida pela audiência, sobre como garantir que os dados recolhidos são de qualidade suficiente para suportar decisões estratégicas. O primeiro a se manifestar foi Marcos, considerando ser a qualidade dos dados o calcanhar de Aquiles para qualquer sistema, seja no apoio à decisão em BI simples ou em inteligência artificial. Para o CEO da Aquarela Analytics, a boa qualidade de coletas de dados está sempre relacionada a um bom sistema de captura. “A grande dificuldade é como fazer uma limpeza desses dados. Já existem vários mecanismos de IA que fazem isso, mas existem várias camadas, começando no próprio sistema de coletas. As grandes empresas possuem hoje uma estrutura chamada data lake onde existem as camadas de informações bronze, prata e ouro. A informação vai passando por um processo de ‘decantação’ até estar pura e limpa.” Ele completou informando que existe tecnologia para isso, mas tendo de passar por um processo de governança que depende da cultura.

Aproveitando o que foi falado, Cesar contou que, na ClickBus, são tomados todos os cuidados no tratamento e análise dos dados, tanto para os clientes B2C quanto para o B2B, pois a métrica de sucesso está na resolução dos problemas do viajante e não simplesmente na conversão. “Estamos muito voltados a nos estruturar em termos de segurança, governança e curadoria, usando algumas plataformas ligadas ao data lake e conectadas ao negócio que nos trazem muita segurança. Temos, por exemplo, um CDP, Customer Data Platform, que faz um recorte contendo todas as informações que priorizem o cliente.” O executivo mencionou ainda outros sistema utilizados de forma dirigida a cada propósito específico, de forma que o negócio é tocado à base de todas essas informações, “aprimorando nossa transformação digital, tanto com a IA tradicional, nas machine learnings, quanto na conexão dos agentes e multiagentes, e avançando, querendo chegar à ultrapersonalização, que envolve a adoção de uma nova tecnologia que são os conectores MCP (Model Context Protocol).”

Enquanto Thoran, explicou que, na BigDataCorp, se trabalha com um volume muito maior de dados do que a maioria das empresas que o fazem dentro de casa, por conta do processo de captura que é rodado dentro de uma grande diversidade de fontes e formatos. “Uma coisa que aprendemos nessa dinâmica é que a qualidade da informação é muito subjetiva, pois depende do contexto da decisão da empresa. Tem menos a ver com a qualidade da informação e mais com a forma como associa com as necessidades em relação à pessoa cujos dados estão sendo colhidos.” Como exemplo, citou a preocupação em fazer o registro único, recolhendo os dados perfeitos de nome, e-mail, telefone, endereço do cliente para falar com ele, mas que não terão relevância, por exemplo, em uma análise de crédito. “A qualidade da informação vai depender do ponto onde queremos chegar.” Ele ressaltou o risco de querermos ser os árbitros para definir a veracidade ou da qualidade da informação.

Os executivos também responderam outras perguntas do público, como por exemplo sobre a questão do escopo de dados para além do analytics, o papel da IA como um ”corta caminhos” ou aceleradora dos processos e se os agentes de IA são confiáveis para fornecerem informações na ponta do processo pós-analytics, entre outras. O vídeo, na íntegra, está disponibilizado no nosso canal do YouTube, o ClienteSA Play, junto com as outras 1243 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 3,9 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever.


A Série Lives – Entrevista ClienteSA retorna na segunda-feira (17), trazendo Ricardo Gottschalk, cofundador e vice-presidente da Conta Simples, que falará da soma de simplicidade e tecnologia para inovar; na terça, será a vez de Fabiano Lorenzi, CEO da Norcoast; e encerrando a semana, na quarta será debatido do tema !Cliente Global: Em quais pontos a experiência mais avançou em 2025?”, reunindo Ladislau Batalha, CEO do ICXI e do LAB Experience, João Pedro Sant’Anna, CEO da SellersFlow, e Melissa Riley, especialista em CX e customer insights.

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