Executivos de Alura + Fiap Para Empresas, Escola DNC e Geekie debatem os avanços tecnológicos e conceituais nas formas de ensinar
Enquanto o sistema educacional tradicional avança a passos lentos na adoção de tecnologia para o aprendizado, a cultura da inovação é acelerada pela edtechs, tanto no ensino formal quanto para o encaminhamento de carreiras profissionais. Conscientes de que a inteligência artificial não existe sem os dados e vice-versa, essas startups educacionais estão seguindo na linha de personalizar o ensino, tomando o cuidado de não implementar ferramentas sem antes humanizar o entendimento e sua utilização. Refletindo sobre esses temas e de como o sistema de ensino pode, com apoio da tecnologia, direcionar carreiras profissionais de maneira assertiva, estiveram presentes, hoje (16), na 1127ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA, Gustavo Torrente, head de Learning & Technical Solutions da Alura + FIAP Para Empresas, Lucas Rana, CEO da Escola DNC, e Denys Schmidt, diretor geral da Geekie.
A primeira reflexão trazida por Denys para a conversa é de que não adianta apenas inserir IA na educação. É preciso ajudar o usuário a ter um melhor aproveitamento, sendo essa a chave no processo. “Isso tem mudado a maneira como as marcas pensam seus produtos, deixando de ser uma organização que usa IA no produto para ser aquela que olha essa aplicação em todos o sistema produtivo desde o início. O que é uma verdade também na educação, onde temos o desafio de trazer atratividade para o processo de aprendizagem. Então, quanto mais específicos e assertivos formos para aquele aluno, de maneira personalizada, maior será o resultado de aprendizagem, sabendo que não existe tecnologia sem dados e vice-versa.”
Gustavo, por sua vez, comentou que muito se fala em IA, hoje em dia, mas considera ser preciso voltar um pouco e falar da questão dos dados, na cultura e no uso dos mesmos, pois, sem eles, não é possível atingir o auge da inteligência artificial. “A tecnologia entra nas nossas vidas sem pedir licença, pois, sem que esperávamos, já estamos conseguindo fazer tudo sem sair de casa, o que muda também nossos comportamentos, assim como as formas de ensinar e aprender. Tudo com apoio da IA que pode ajudar na personalização do ensino ou na experiência do cliente em uma empresa que quer ser mais competitiva por meio do conhecimento.”
Respondendo a uma pergunta da audiência, sobre o estágio que se encontra a cultura de inovação no sistema educacional brasileiro, Denys retomou a palavra para comentar que há uma diferenciação a ser feita. “Dentro do sistema educacional, o estágio de quem cria o produto é um e de quem utiliza é outro. Não adianta dar uma ferramenta avançada para uso do professor, do aluno ou de quem quer que seja sem antes implementar um meio humanizado de facilitação do uso da mesma.”
Já para Lucas, é preciso diferenciar o estágio da inovação nos sistemas de educação tradicionais e nas edtechs, pois estas têm usado e se beneficiado dos dados e da IA para gerar um impacto significativo na experiência dos clientes nas empresas e nos alunos, enquanto isso, no sistema tradicional, isso vem acontecendo de maneira muito lenta. “As faculdades de engenharia, por exemplo, ainda estão prosseguindo de maneira muito tímida em uma cultura de dados e de inteligência artificial junto aos alunos, infelizmente. Então, eu separo assim, em duas caixas, essa evolução.”
Na sequência, Gustavo respondeu uma pergunta sobre o andamento dessa virada mental até chegar na ponta, com a escolha dos alunos pelo tipo de ensino. Segundo ele, aproveitando-se do exemplo das duas caixinhas dado por Lucas, enquanto uma está falando da IA para personalização do ensino, a outra ainda está discutindo se pode ou não usar celular na sala de aula. Ou seja, a distância é muito grande quanto ao nível de maturidade das discussões. “Precisamos ter os dados a nosso favor e com apoio de IA ir mudando até os comportamentos, inclusive na percepção de relevância da mesma. Por exemplo, a IA pode mostrar ao aluno, com base naquilo que já estudou e o que o mercado está pedindo, qual é curso que dará a ele uma vantagem competitiva. E já existem muitos players capazes de provocar essas transformações.”
Em cima disso, Denys salientou que, quando se trata de educação, o trabalho é feito em quatro dimensões – cognitiva, social, emocional e física. “Então, saber o momento de introduzir a tecnologia é importante e nós, aqui na Geek, apesar de usar IA nessa aprendizagem, também precisamos ter a noção de quando inserir isso. Esperar um amadurecimento maior do aluno naquelas quatro dimensões, quando é chegada a hora de vincular o aprendizado ao mercado de trabalho.”
Houve tempo para os convidados debaterem a compreensão educacional para usar a tecnologia em favor da melhoria individual dos alunos e como ampliar o alcance de milhares de alunos, por meio da IA, começando com testes em baixa escala. Puderam abordar também aspectos éticos sobre o uso de IA no ensino, o papel da IA como motor no desenvolvimento de carreiras, os novos skills sendo demandados no mercado de trabalho, entre muitos outros assuntos.
O vídeo, na íntegra, que está disponível em nosso canal do YouTube, o ClienteSA Play, junto com as outras 1126 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 3,6 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA retornará na segunda-feira (19), com a presença de Cinthia Lira, diretora de marketing da Sodexo no Brasil, que falará dos avanços na entrega de uma experiência de valor; na terça, será a vez de Catarina Pellegrino, coordenadora de sustentação, com foco em IA, da Insider Store; na quarta, Lucas Chita, Chief Revenue Officer da Ume; e, na quinta, Tiago Nogueira, diretor comercial e de marketing da Lider.