Estudo da Bare International mostra que o consumo pelas redes sociais e transmissões ao vivo crescem e apontam para uma nova tendência de engajamento entre marcas e consumidores
A Black Friday de 2025 marca uma mudança importante no comportamento do consumidor brasileiro: o avanço do social commerce, modelo que une compra, entretenimento e interação ao vivo. Pesquisa realizada pela Bare International mostra que, embora 60,8% dos entrevistados ainda não tenham feito compras por redes sociais ou lives, quase quatro em cada dez consumidores já experimentaram esse formato, um dado expressivo para um canal ainda em consolidação no país.
O Instagram se mantém como principal vitrine de conversão, com 47% das compras feitas em redes sociais, seguido pelo Tik Tok (16%) e Facebook (14%). Entre as categorias de produtos mais compradas, moda e acessórios (25,7%) e beleza e cuidados pessoais (21,8%) são as mais citadas. O apelo visual e a influência estética são os principais impulsionadores do consumo. Eletrônicos e itens para casa (27% somados) também ganham espaço e mostram o crescimento da confiança dos consumidores em transações de maior valor.
O levantamento aponta que o principal atrativo do social commerce é financeiro: 29% dos consumidores citam preços mais baixos e 25% valorizam promoções exclusivas ou brindes. No entanto, as incertezas sobre prazos de entrega (22%), a falta de confiança no vendedor (19%) e as informações incompletas (11%) ainda são barreiras que impedem o avanço mais gradual do canal.
Para Pedro Venturini, country manager da Bare International, o formato representa uma nova etapa da jornada de compra digital. “O social commerce transforma o ato de comprar em uma experiência social e interativa, ao conectar marcas e consumidores de maneira mais direta e autêntica”.
Mesmo com o avanço das novas plataformas, a pesquisa mostra que o consumidor brasileiro está mais racional e seletivo. Para 53% dos entrevistados, a compra na Black Friday só ocorre após a confirmação do desconto real, enquanto 46% afirmam manter sua rotina de consumo. O preço segue como principal fator de decisão (39%), mas o consumo consciente (22%) e a confiança na marca (20,5%) ganham destaque, mostrando uma mudança no perfil de compra.
“As pessoas estão mais informadas e menos impulsivas. Hoje, o consumidor quer coerência entre o discurso e a entrega. Ele busca boas ofertas, mas quer se relacionar com marcas que inspirem confiança e ofereçam transparência”, afirmou Venturini.
A pesquisa confirma que 68% das transações devem ocorrer em canais on-line, especialmente marketplaces e e-commerces das marcas. Plataformas como Magalu, Mercado Livre, Amazon, Shopee e Casas Bahia lideram o ranking de confiança por oferecerem variedade, políticas de devolução claras e transações seguras.
As lojas físicas mantêm relevância entre os que valorizam experiência e imediatismo com 25% das escolhas. Essa preferência reflete um consumidor que tende a escolher a conveniência, a comparação de preços, a avaliação da reputação e a compra de vários itens em um mesmo ambiente seguro.
O planejamento financeiro também é maior: 57% pretendem gastar acima de R$ 500 e 84% devem desembolsar mais de R$ 200, o que demonstra disposição para compras de maior ticket e oportunidades de fidelização. “Os dados reforçam que o brasileiro está planejando suas compras com antecedência e reservando orçamento para produtos de maior valor. Isso indica um consumidor mais consciente e estratégico, que valoriza a transparência e o relacionamento de longo prazo com as marcas”, concluiu o executivo.
A pesquisa da Bare International evidencia um consumidor digital, conectado e exigente, que valoriza tanto a experiência interativa das redes sociais quanto a credibilidade das marcas tradicionais. O social commerce surge como uma tendência que deve ganhar tração nos próximos anos, impulsionada pelo avanço das plataformas e pela integração entre compra, entretenimento e relacionamento.
Metodologia
Pesquisa quantitativa, feita on-line com 919 pessoas, no período de 10 a 20 de outubro, com perguntas abertas ou de múltipla escolha.





















