Olá!
Já escrevi alguns textos relacionados à gestão por processos e o conflito que este modelo apresenta em estruturas altamente hierarquizadas. Hoje decidi voltar ao assunto, devido às debilidades que as empresas com excessiva hierarquização causam em seus colaboradores e, muitas vezes, não percebem os efeitos disso para os seus resultados. E isso é uma situação cada vez mais crescente em nosso mercado.
Essas tais debilidades são cegueira, surdez e mudez dos recursos humanos.
Quando a hierarquia impera, qualquer coisa que se fale pode incomodar a linha de comando. Isso, não raro, resulta em conflitos internos que não levam a lugar algum, mas desgastam excessivamente as partes envolvidas. Então, quando numa constante, as pessoas preferem não se manifestar diante de certos fatos e podem, aí, perderem a chance de exporem boas idéias para o negócio e se destacarem. Mas, por segurança, preferem calar-se. É uma opção!
Da mesma forma, neste mesmo perfil de empresa, aqueles que visualizam coisas erradas fingem não ver, porque isso significaria terem de comunicar aos superiores. Assim, adotam o famoso “Eu não vi nada!” ou “Nem sabia que isso estava acontecendo!”. Ou seja, perdem a chance de serem proativos na correção de anomalias. Mas, novamente, por medo de serem envolvidos negativamente, preferem cegar-se. De novo, questão de opção!
Acontece o mesmo com aqueles que estão em uma reunião ou numa conversa de corredor e ouvem um absurdo e que, se for fato, pode ser algo extremamente prejudicial à empresa. Mas, pelo receio de acharem que estão fazendo leva e trás ou de serem arrolados na história, deixam a coisa de lado, e fingem não ter ouvido nada.
Sob a ótica destes funcionários, até compreendo suas decisões e escolhas, embora, em todas as situações, correr riscos é necessário para se destacar e crescer. O que é difícil compreender é como alguns líderes e gestores ainda estimulam ambientes de trabalho inibidores da geração de idéias, da cumplicidade por resultados e da liberdade de expressão. Parece uma coisa pouco inteligente para o negócio mas, enfim, também é uma questão de opção!
Abraço,
Vladimir