Olá Qualinautas!
A monitoria é uma das funções mais importantes em um contact center para se controlar e buscar melhorias no atendimento, seja por intermédio de feedbacks para desenvolvimento dos agentes ou pela análise de dados para otimizar os processos internos.
No entanto, de uns tempos para cá verificamos, especialmente junto a alguns clientes, uma relativa insatisfação com os serviços de monitoração de alguns prestadores de serviço.
Nos casos que avaliamos, sem a pretensão de serem conclusivos, foram identificados alguns pontos em comum que podem estar contribuindo para esse questionamento sobre o valor agregado da monitoria. Dentre eles, estão:
1.
A ausência de critérios para seleção de monitores que levem em consideração as especificidades do serviço a ser monitorado. Isso ocorre porque muitos prestadores de serviço possuem uma descrição de cargo única para monitores e não consideram, por exemplo, particularidades de um SAC ou de uma operação de Vendas;
2.
A existência de conflitos de interesse contratual no qual a qualidade do atendimento é um dos itens que podem resultar em multas ao contac center, o que passa a se sobrepor à razão de ser da monitoria. Este fato gera uma atuação pressionada, sem o equilíbrio desejado, que pode apresentar muita benevolência ou excessivo rigor, dependendo das forças atuantes;
3.
A utilização da monitoria como geradora de avaliações de desempenho dos agentes, o que cria uma situação desconfortável para o monitor que, ao identificar uma falha cuja “culpa” não tenha sido do agente, opta por não realizar os apontamentos devidos para não prejudicar o monitorado;
4.
A utilização de metodologias ou softwares pouco flexíveis ou que não contemplam todas as situações que podem surgir durante a avaliação do atendimento, fazendo com que muitas informações não sejam registradas ou, se registradas, não permitam a análise gerencial;
5.
A individualidade do monitor que, por vezes, se sobrepõe à metodologia e ao processo estabelecido, fazendo com que o seu trabalho pessoal, principalmente quando não agrada a gestores e/ou agentes, crie uma imagem negativa e um bloqueio em relação à equipe e aos serviços da monitoria como um todo;
6.
Uma supervalorização do “meio” do processo, ou seja, do “ouvir e apontar” e um relativo detrimento do momento mais importante de uma monitoração: o feedback. Essa colocação é tangível ao observarmos que em qualquer apresentação sobre monitoria, vê-se muito de método, processo, software ou planilha e muito pouco sobre feedbacks;
7.
A falta de hábito ou de conscientização do monitor sobre a importância da sua função e, principalmente, da extensão das oportunidades que podem passar pelos seus ouvidos, tanto para melhorar o atendimento como para melhorar os produtos e serviços da empresa;
8.
A falta de preocupação ou de avaliação da sobrecarga de informações sobre os monitores, resultando em perda de qualidade e eficácia das monitorias. Em alguns contact centers, um único monitor chega a avaliar simultaneamente a qualidade do atendimento de quatro, cinco ou mais clientes/serviços;
9. A
falta de interação e de espírito de parceria entre gestores (supervisores/coordenadores) e monitores, de modo que ambos percebam a importância do outro para o seu trabalho. O gestor é importante para que o trabalho do monitor flua e alcance os seus resultados e, da mesma forma, o monitor é importante para sinalizar e orientar o gestor sobre os pontos que podem ser melhorados no atendimento e na sua equipe.
As questões acima, muito comuns no cotidiano de muitos contact centers, revelam que é preciso repensar, rever e reposicionar o trabalho de monitoria.
Quem conhece o seu potencial de contribuição não questiona o seu valor agregado, mas é preciso concretizar!
Um grande abraço e até a próxima!
Vladimir
Vem a calhar tais verdades de qualidade, é preciso repensar, reagir, e tudo que for necessário a modernização e a globalização…
Parabens “Vladimir”, acertou na qualidade de que se espera as empresas que querem crescer!
Excelentes colocações. Situações como essas realmente estão presentes na rotina de trabalho dos profissionais da área de qualidade. Independente da estutura onde atuamos, não podemos naturalizar essas dificuldades. Parabéns pela matéria.
Gostei muito de suas colocações, em especial a que faz referência a importância e real motivo da monitoria existir: a excelência. Acredito tratar-se também de uma cultura organizacional equivocada. Empresa/Supervisor/Qualidade devem estar em sintonia