Em novembro, a média de TVs ligadas durante o horário nobre (18h às 24h), na Grande São Paulo, caiu 56%, um recorde negativo. Somente em dezembro de 2002 e 2007 o índice foi pior.
De acordo com o blog do Daniel Castro, o total de TVs ligadas no mês passado caiu quatro pontos, em comparação ao mesmo período de 2008 (60%). Mais dois pontos seriam equivalentes à audiência do SBT.
O Ibope avaliou as possibilidades para o desinteresse pela TV aberta, que vão da programação, o crescimento da internet, o fácil acesso ao DVD e os dias quentes. A conclusão é que a TV não perde apenas para o botão de “off” dos aparelhos, já que o Instituto atribui a queda aos chamados outros canais, nos quais se incluem (DVDs, videocassete, videogame e PC).
Na visão do superintendente Comercial da Rede TV!, Antônio Rosa Neto, o problema é outro. Ele considera a queda uma tendência “irreversível e inexorável”, um movimento que, sobretudo, reflete a evolução da sociedade brasileira. “O elemento atividade faz com que as pessoas não tenham mais tanto tempo para ficar não só em frente à TV, mas no consumo de outras mídias. Essa é uma constatação óbvia até”, diz.
O número de TVs ligadas caiu 66% na média anual em 2000, no horário nobre, para 59% em 2009. Até 21 de novembro, a queda chegou a sete pontos (mais dois chegariam a audiência da Record).
O DVD é uma das mídias que mais rouba telespectadores da TV, especialmente da Globo e do SBT. Em 2001, o total de televisores sintonizados em “outros aparelhos”no horário nobre era de 0,6%. Neste ano, já chegou a 3,8%, maior do que a audiência da Band, quarta maior rede aberta. As TVs sintonizadas em “outros canais”, em 2001, foi de 3%, mas neste ano já subiu para 5%.
Além de perder sete pontos com os aparelhos desligados, as redes abertas também perderam dois pontos para os “outros canais” e mais três para outros aparelhos. A soma de pontos perdidos (12), é equivalente a praticamente metade da audiência, no horário nobre (26), da Globo na Grande São Paulo durante o mês de novembro.