RESENHA: “TRANSFORMANDO SUOR EM OURO”, livro de Bernardinho

 

“No fim das contas, são as pessoas que fazem a diferença” – Bernardinho

Longe de ser coincidência ou
sorte, Bernadinho apresenta no seu livro “TRANSFORMANDO SUOR EM OURO”,
originalmente publicado em 2006, os segredos e os principais fundamentos para
sua carreira vitoriosa a frente do vôlei nacional.

Pois esse livro é exatamente sobre
a trajetória do novo “Midas” do esporte nacional. Bernardinho transformou o vôlei
brasileiro em frequentador assíduo de pódios. Sempre garimpando talentos,
lapidando guerreiros e transformando-os em vencedores. Essa é uma obra que vai
premiar o leitor e consagrar um autor de sucesso pois seu livro de estreia já tinha
pinta de campeão desde o lançamento.

Bernardo Rezende é um carioca de
classe média alta que cresceu jogando vôlei nas areias de Copacabana. Deu suas
primeiras cortadas no infantil do Fluminense, pelas mãos de seu primeiro
treinador – o sábio Bené. Aprendeu então que se deve exigir mais de quem tem
mais a dar. Talvez por isso, sempre foi muito exigido.

O jovem Bernardo dividia-se entre
o vôlei amador, o inglês e a faculdade. Tentou engenharia, mas transferiu-se
para o curso de Economia, onde sairia graduado pela PUC. Como ele mesmo gosta
de brincar em suas palestras, era um curso perfeito para um jogador que vivia
no banco. Ledo engano. Exatamente no banco de reservas que ele se tornou um
ídolo nacional, agora como treinador.

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Construiu sua carreira com muita
disciplina pois acreditava que mesmo sem ser um jogador excepcional,
conseguiria superar suas limitações. Com uma dedicação extrema durante os
treinos, apoiada por hábitos saudáveis, ele empenhava-se ao extremo para ter a
certeza de que era merecedor das suas conquistas. Já tinha consciência do seu
temperamento explosivo e tentava usá-lo a seu favor.

O treinador e amigo Bebeto de
Freitas usava sua sensibilidade para que Bernardinho o ajudasse a construir a
transição do vôlei. A convivência com Bernardo, Montanaro, Renan, Willian e
Amaury mostrou o equilíbrio entre a competição e o espírito de equipe. Mas
aquela geração havia caído na armadilha do sucesso e a diferença entre o ouro e
a prata ficou nos detalhes. E a aposentadoria como jogador não tardou a
desafiá-lo.

Surgiu a primeira experiência com
treinador. Uma aventura na Itália, sem muitas cobranças e sem muitos recursos.
Nem loucura, nem coragem, Bernardinho agarrou a oportunidade pois era a chance
de não voltar para a Economia e seguir seu caminho. O sucesso no time feminino
do Perugia, que saiu da lanterna para o vice-campeonato, lhe deu o
reconhecimento e o trouxe de volta para o Brasil.

Carlos Alberto Nuzman viu uma
oportunidade perfeita de renovação e Bernardinho mais uma vez estava no lugar
certo e na hora certa. Aceitou o desafio para dirigir as Meninas do Brasil em
uma trajetória que culminou com a conquista de duas medalhas olímpicas de
bronze inéditas para o Brasil.

O sucesso no comando da seleção
feminina o transformou em um cobiçado palestrante. A busca da excelência que
ele aplicava no dia-a-dia com as jogadoras era o exemplo perfeito para um novo
modelo de liderança e gestão de pessoas. Bernardinho desenvolveu sua primeira
metodologia, a Roda da Excelência, que apoiava o planejamento em conceitos como
equipe, liderança, perseverança e ética.
Esse modelo evoluiu e passou a ser chamado de Escala de Valores,
complementado por novas seis etapas: escolha de talentos, espírito de equipe,
definição e fomento de lideranças, treinamento extremo, fatores externos e o
sucesso e suas armadilhas.

O caminho natural seria o seu
ponto de partida nessa jornada, ou seja, a seleção masculina de vôlei. Após a
conquista da medalha de ouro olímpica em 1992, infelizmente o time masculino
não manteve o ritmo de vitórias.

Em 2000, Bernardinho aceitou o
desafio e implantou uma nova filosofia: aos campeões, o desconforto! Ele sabia
que era preciso renovar o grupo e convencê-los de que a vontade de se preparar
precisava ser maior que a vontade de vencer. Mesclou experiência com juventude,
desapego com dedicação e trouxe uma medalha de ouro com a geração de Atenas.

O modelo estava consagrado, com
apoio incondicional na crença de que o sucesso vem pelo trabalho e pela
dedicação ao objetivo do grupo. Bernardinho é um verdadeiro símbolo da
liderança pelo exemplo. Perseverante e exigente, ele consegue combinar a
franqueza com o esforço, a disciplina e a obstinação.

E para aqueles que, como eu,
acreditam que algumas pessoas podem mudar o curso da história, esse livro é uma
prova concreta. Bernardo Rocha Rezende está fazendo isso. Através do trabalho,
do exemplo, e de muito suor, ele já mudou a história do vôlei brasileiro. E
agora está mudando a visão de leitores e empresários. Uma mudança que vale ouro
para todos nós. Estarei na torcida, doido para soltar o grito de “é
campeão”!

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“TRANSFORMANDO SUOR EM OURO”

Autor: Bernardinho

Editora Sextante – 2006 (215 páginas)

 

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