Autor: José Augusto Figueiredo
Um olhar superficial poderia dizer que 2013 passou morno, sem muita “marola” ou relevância. Reformas políticas ainda por fazer, levando a um sentimento de perda de oportunidade na economia global. Talvez não tão perdido assim, pois aos 45 do segundo tempo o Governo começou a destravar os mecanismos para impulsionar alguns setores de infraestrutura que por hora respirava submerso com canudinho, quase se afogando.
Na verdade 2013 foi marcado como um ano paradigmático. A prisão dos “mensaleiros” e as manifestações de junho mostram algo inédito. Todo esse cenário pode trazer insights para administração empresarial e, principalmente, para Recursos Humanos. Como RH pode liderar a interação nas mídias sociais com sua população interna, e talvez externa, no recrutamento? A força da mobilização através da coletividade das mídias, que respeitam e preservam a identidade individual, ronda as grandes corporações. Em pouco tempo não precisaremos mais de pesquisas de clima, pois será público em “real time”.
Diversidade de mercados em 2013, nos quais alguns crescem e outros amargam a escassez, tiram de órbita as soluções genéricas que se aplicariam a todos. Como podemos entregar mais com menos? E quem é que cuida do contexto empresarial para que as pessoas realizem o seu máximo?
Para vários setores que estão ligados ao consumo interno, a busca por talentos é ainda o grande desafio. Apesar do baixo nível de qualificação, a oferta de trabalho ainda está alta. Na cadeia de valor de commodities, a realidade foi outra. Rever estratégia e obsessão no corte de custos foi o dia a dia em 2013. Apesar disso tudo, na LHH|DBM vimos nossos clientes em transição de carreira se recolocarem mais rápido, em cinco meses, frente a média de mercado que chegou a oito meses.
Em muitas empresas as palavras de ordem foram foco e eficiência, fazendo com que a alta administração clamasse pelo apoio do RH. Houve um grande troca-troca de cadeiras no mercado executivo dos RHs. O que interpretamos como natural quando a estratégia é revista. Nessa direção, vimos um RH ganhando grande relevância em empresas pequenas e médias.
Definitivamente fica evidente que RH está na cadeia de valor da estratégia nas organizações e que apoia fortemente a arquitetura cultural das empresas, criando contexto para que as pessoas possam compreender a nova realidade.
Vários executivos gostariam de pular 2014 e ir diretamente para 2015, no qual “as coisas deverão acontecer realmente”. 2014 promete ser simplesmente um ano de Copa e eleições. Mas visto o Brasil de 2013, podemos ter grandes manifestações que mudem o curso da história. Tomara!
José Augusto Figueiredo é presidente no Brasil da consultoria LHH|DBM.