Autor: Claiton Fernandez
Cada vez mais as empresas estão descobrindo que é necessário despertar o melhor das pessoas, estimulando sua espiritualidade e investindo na sua felicidade. No conceito de “terceira inteligência”, o ser humano tem a faculdade de sobrepor à razão e à emoção uma essência espiritual, dando propósito às suas ações, um sentido de direção focado no respeito e no bem-estar próprio e dos outros. É uma inspiração, algo que transcende os aspectos racionais e emocionais.
Grande parte das empresas ainda rejeita a ideia central da espiritualidade, pois se entende que está diretamente ligada a práticas religiosas, podendo ocasionar influências negativas e gerar conflitos internos. No entanto, a prática da espiritualidade assume papel diferenciado ao promover o bem estar no ambiente de trabalho e realização pessoal.
Urge entender as diferenças entre religiosidade e espiritualidade: enquanto a primeira refere-se à uma escolha dentro de nossa formação e crença, a outra é nossa conduta no caminho do bem e da prosperidade com ética, um estado de consciência que é capaz de se relacionar com “algo ou alguém superior”, auxiliando uns aos outros, independentemente da crença.
Estudos mostram que não há possibilidade das empresas colherem expressivos resultados se não estiverem alinhadas profundamente com seus propósitos. “Se qualquer organização quiser sobreviver, terá que promover radicais transformações em si que não se referem à estrutura, mas sim aos valores, essencialmente, aos valores do coração e da alma”, diz Judith Neal, Ph.D. da Universidade de New Haven/EUA. Se as empresas quiserem aderir a esta tendência espiritual, a transformação nos valores da alma e do coração é inevitável. Na verdade, os gestores e líderes precisam perceber a necessidade de se adequar a essa nova perspectiva organizacional.
Quando poderíamos imaginar que empresas, executivos e gestores pudessem buscar ajuda em atividades tão diferenciadas, dentre as quais a espiritualidade? Que um dia existiriam tantos debates e pudessem ser realizados congressos e fóruns com a presença deste tema? São tantas as novidades neste sentido que os profissionais acabam ficando confusos, pois até mesmo estudiosos e astrólogos afirmam que a posição dos astros e dos planetas pode ser usada para tomar decisões profissionais. Dizem, ainda, que podemos escolher a melhor maneira de agir com nossos colegas de trabalho e superiores se soubermos seus signos. Pelo visto é hora da área de RH entrar em ação junto às suas empresas.
Os especialistas e consultores mais evoluídos já concordam com a inclusão da espiritualidade no desenvolvimento pleno das empresas. A natureza e o significado do trabalho estão passando por uma profunda evolução e a emergência da espiritualidade está ajudando a catalisar este momento. Sabemos que o nervosismo, o medo, o stress e a depressão sempre fizeram parte do cotidiano dos profissionais e das empresas. E é neste momento que a espiritualidade surge como um processo de transformação íntima das emoções, da maneira de ser, de pensar e de agir dentro da ética e do bem, de forma consistente, impulsionando o ser humano a viver e a empresa a estabelecer metas que pretende alcançar.
Conclui-se que não é antigo e nem fora de moda falar de espiritualidade, pelo contrário, é uma questão de urgência, pois somente os aspectos técnicos e comportamentais são insuficientes para a empresa contar com profissionais competentes, capazes de inovar e desenvolver seu trabalho com mais felicidade e, consequentemente, auxiliar a promover a sustentabilidade (equilíbrio econômico/financeiro), objetivo maior de toda empresa.
Claiton Fernandez é palestrante, consultor e educador.