A indústria, de mudança para o interior?



Realidade, a ida e expansão das empresas de contact center para os pequenos e médios centros tem chamado a atenção do mercado. A tendência surge justamente no momento que antecede eventos esportivos mundiais, como a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos, de 2016, e que influenciarão diretamente no setor. “Com o inicio dos trabalhos preparativos para os grandes eventos esportivos que acontecerão no Brasil a partir de 2014, a necessidade de profissionais de atendimento para as diversas atividades da economia tende a crescer e naturalmente as empresas de call center instaladas nas grandes cidades, especialmente as que são sedes da Copa do Mundo, serão impactadas e terão maiores dificuldades para retenção das pessoas”, analisa o presidente da Flex Contact Center, Topazio Silveira Neto.

 

Nesse cenário, a migração das prestadoras de serviços acontece quase que automaticamente para os centros menores e as regiões do interior dos Estados e até do País. Além da fuga da concorrência, a busca pela redução dos custos pesa bastante nesta balança. “O valor médio da operação de uma PA é 25% maior que há quatro ou cinco anos. E os gastos com salário aumentaram mais de 60%. A procura por lugares mais estáveis, com menores custos e uma operação menor é uma pressão de custo e de eficiência”, coloca Marcio Laest, presidente da Master Brasil. Outro ponto que influencia é a qualidade de vida, que é mais baixa nas grandes metrópoles se comparada com a vida no interior, a partir de fatores como trânsito, violência e estresse.

 

Entretanto, a decisão de fazer as malas não é assim tão simples. A dica do professor do MBA em gestão empresarial da FGV/IBS, Fundação Getulio Vargas/IBS Business School, Eduardo Farah, é fazer um check list pontuando tudo o que a mudança vai envolver e, então, avaliar se o plano de crescimento da empresa deve ser direcionado para as cidades do interior ou não. “Não se trata apenas do custo direto, como mão de obra e espaço, tem que ter infraestrutura no local”, revela Farah. Além da checagem se a cidade fornece os atributos necessários para a prestação dos serviços, os gastos com telefonia precisam estar adequados e é preciso analisar como a mudança será vista pelo cliente.

 

O fato é que todas as regiões têm aspectos positivos e negativos para a instalação de uma empresa de terceirização. “O que fazemos é criar mecanismos para superar quaisquer desafios que possam existir, como formação para a comunidade, preparação dos talentos internos, planos de ação para suportar possíveis greves do transporte coletivo e prédios com infraestrutura e tecnologia moderna para manter a disponibilidade do negócio”, conclui o diretor de operações da Algar Tecnologia, Luiz Fernando Scheliga.

 

Confira as reportagens exclusivas sobre o assunto publicadas ao longo da semana no Callcenter.inf.br:

 

Colaboração fora dos grandes centros
Algar Tecnologia direciona esforços para cidades do interior

 

Em busca de qualidade
Provider vê na interiorização melhora da produtividade e dos resultados para o cliente

 

Expansão local com abrangência nacional
Nascida em Campinas, Motiva opta por expandir fisicamente na região

 

Pressão para reduzir custos
Master Brasil adota estratégia de expansão com sites menores fora dos principais centros

 

Qualificar para contratar e, então, reter
Com aproximação da Copa e das Olimpíadas, cidades menores são alternativas para manter talentos

 

O que pesar para mudar de cidade?
Tendência para prestadoras de serviços, migração para o interior deve ser analisada

 

Leia também sobre outras iniciativas de abertura de sites fora dos grandes centros:

 

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LG terá call center próprio
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Motiva reforça atuação no interior paulista
Empresa amplia a unidade no bairro Bonfim, em Campinas, para 350 PA´s

A evolução do serviço fora de São Paulo
No interior, os critérios variam mais. É preciso ter o melhor serviço, a melhor qualidade, mas, antes do preço, a confiança do “olho no olho” conta mais

Grupo Santander Banespa investe US$ 5 mi em call center
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