Ainda é costume no Brasil promover o melhor funcionário de cada área para exercer a função de supervisor. Muitos são pegos de surpresa e todos não estão preparados para a liderança de pessoas. O primeiro degrau na hierarquia funcional das empresas – a supervisão de pessoas – costuma promover tombos trágicos e hilários e atrasa a carreira de muitos. Isto quando não ocorre demissão.
A maioria é muito jovem e não lhes cabe qualquer culpa pelo insucesso.
Também fui vitima deste procedimento, mas sobrevivi. Se bem que fiz coisas que hoje me fazem refletir sobre as decepções e arranhões que tenha causado em muitas pessoas. Ficaram algumas cicatrizes, porém, acredito que nenhuma ferida ficou aberta.
Há alguns anos aceitei um desafio de um cliente que queria transformar sua equipe de novos supervisores, para que liderassem as mudanças que ele iria promover em sua empresa. Para atendê-lo, meditei sobre o que gostaria de ter aprendido para me transformar num supervisor eficaz desde o primeiro dia. Elegi três pilares, nos quais até hoje acredito.
1. Pilar número 1: Todo supervisor precisa saber o básico sobre marketing. Entender onde sua atividade contribui na cadeia comercial da empresa. Somente assim ele focará todos seus esforços, no sentido de realizar aquilo que se espera dele e de seus funcionários. Já vi muitos talentos desperdiçados porque andaram na contramão dos objetivos empresariais.
2. Pilar número 2: Liderar pessoas exige certo conhecimento sobre as atitudes humanas, ou seja, como funcionam os pensamentos e a alma. Acredito muito na Análise Transacional que nos leva à Liderança Situacional. Não acredito nestes modelitos com estereótipos que buscam enquadrar o perfil do líder, classificando-o como autoritário, carismático, democrático, etc. A liderança depende do momento, da situação, e o supervisor precisa saber agir de acordo com a realidade que se apresenta. É o famoso dançar conforme a música, certo?
3. Pilar número 3: Algumas habilidades básicas sobre: trabalho em equipe; administração do tempo; delegação; noções sobre direitos e deveres trabalhistas; código de defesa do consumidor; ética; etiqueta; os diversos tipos de assédio; quem são os clientes TOP 10 da empresa; vendas – para não vendedores.
Desde então sigo o seguinte pensamento: “Não se muda a empresa para que as pessoas mudem; primeiro mudamos as pessoas para que elas mudem a empresa”!
Desta forma, ajudei dezenas de empresas das quais me orgulho de ter contribuído para seu impressionante sucesso. Acho o máximo quando vejo que elas fazem parte das listas das empresas mais desejadas para se trabalhar.
José Teófilo Neto é diretor da Comunicação Direta – Consultoria e Educação Corporativa.