Autor: Claiton Fernandez
As empresas estão à procura e precisam de gestores que saibam liderar. O que se vê, no entanto, é que a maioria deles não está preparada para liderar equipes. Os gestores ainda carregam um perfil predominantemente técnico, sem preparo para exercer uma efetiva gestão de pessoas, com dificuldades para delegar e, muitas vezes, sem preparo para ocupar a função.
As habilidades mais distantes são a flexibilidade para lidar com situações novas, o equilíbrio para enfrentar pressões e a visão ampla para tomada de decisões. Isto tem reflexo direto na organização, que demora para responder às mudanças do mercado, passando o gestor a ser questionado pelos colaboradores e a organização pelos seus clientes/parceiros.
Como se vê, o descompasso entre o perfil atual do gestor e as exigências do mercado é assustador. Enquanto o mercado requer gestores que saibam trabalhar em equipe, exercer boa comunicação, enfrentar pressões com equilíbrio e clareza, desenvolver competências com melhorias no ambiente de trabalho, exercer com maestria a negociação e gerar resultados, tomar decisões rápidas em diferentes situações, administrar conflitos e costurar acordos, uma pesquisa recente do Grupo Bridge revela que, com relação ao perfil requerido do líder atual, 50,03% estão despreparados, 38,43% precisam se desenvolver e apenas 11,54% estão prontos para exercer a liderança.
É preciso concordar que a quantidade de gestores qualificados para a oferta de oportunidades é desproporcional à demanda existente, o que preocupa quando se vê que na base da pirâmide que as organizações estão absorvendo cada vez mais profissionais gestores sem capacitação ideal.
Constata-se um verdadeiro apagão de gestores líderes e de alta performance no mundo dos negócios. É preocupante pensar que ainda existem inúmeras organizações no mercado com equipes sem efetivo comando e liderança.
A prática mostra que a falta de desenvolvimento de gestores tem feito com que os líderes falhem no papel de delegar responsabilidades aos seus pares, fator impeditivo da atração e retenção de talentos profissionais. E, perder um profissional qualificado, tem graves consequências internas e externas, o que um gestor líder e qualificado poderia evitar.
As organizações têm buscado gestores com uma atuação mais consultiva e menos diretiva. Mais do que um chefe ou profissionais despreparados, o mercado precisa e está à procura de gestores líderes e de alta performance, fator decisivo na busca de expansão e de melhores resultados.
Claiton Fernandez é palestrante, consultor e educador.