Autor: Sergio M. Baiges
Não é novidade nenhuma que o trânsito caótico das grandes capitais vem crescendo de uma maneira descontrolada, diminuindo a qualidade de vida daqueles que precisam enfrentar longas distâncias no trajeto entre residência e trabalho. Neste cenário, perdem também as empresas que observam a queda de produtividade atingir o seu negócio, em razão de funcionários desmotivados com o tráfego intenso diário. Um tempo desperdiçado que poderia ser aproveitado com suas famílias ou em outras atividades.
Na cidade de São Paulo, considerada a mais populosa do Brasil, há mais de 12 milhões de habitantes, o equivalente a 6% da população do país, estimada em mais de 202 milhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de pessoas somado à falta de infraestrutura em mobilidade faz com que o trabalhador paulistano perca em média três horas do seu dia enfrentado o trânsito para ir e vir do trabalho todos os dias.
De olho nisso, diversas companhias passaram a mudar a velha cultura enrijecida e hierarquizada, a fim de se moldar às necessidades de seus funcionários. Para se flexibilizar aos paradigmas atuais de contratação, o setor empresarial vem adotando cada vez mais o sistema conhecido como home office. Uma maneira de auxiliar seus colaboradores a alcançar o equilíbrio entre ter uma carreira de sucesso e uma vida particular saudável.
De acordo com uma pesquisa global do mercado de trabalho, funcionários que atuam a partir de casa custam 30% a 70% menos do que aqueles que batem ponto no escritório. A pesquisa também apontou que a produtividade dos que trabalham de casa é 20% a 40% maior dos que cumprem horário regular dentro de uma empresa. E o mais surpreendente é que sistema tem funcionado. O estudo aponta que o grau de aprovação das companhias com esse tipo de funcionário é aproximadamente de 76%.
Além do quesito mobilidade, o desenvolvimento de novas tecnologias, a crise econômica e as características da geração que compõe a nova força de trabalho são alguns dos outros elementos que moldam as inovações que a nova relação laboral está gerando. Também conhecido como Trabalho 3.0, esta nova forma de atuação vem evoluindo simultaneamente com a internet e já se transformou numa resposta às mudanças rápidas da economia global.
Outra pesquisa realizada pela Prolancer demonstra que o setor freelancer, diretamente ligado ao home office, está em crescimento. Somente no ano passado, o número de trabalhos cadastrados na plataforma cresceu 272,77%. O aumento está claramente em sintonia com o objetivo das empresas de encontrar novas maneiras para enfrentar a complicada conjuntura da economia brasileira.
São estratégias simples como o home office que contribuem para repensar o setor de Recursos Humanos. Por isso, enquanto o mercado abre a mentalidade para novas propostas de contratação, é importante que o profissional passe a se especializar para se adaptar ao que possa surgir no futuro do trabalho. Afinal, é bem provável que a sua casa seja o seu próximo escritório.
Sergio M. Baiges é CEO da Prolancer.