A meritocracia é um modelo de gestão que busca equalizar os desafios estratégicos da empresa, garantindo produtividade e contribuição dos funcionários por meio da premiação e do apoio daqueles que entregam o prometido e alcançam as metas. no entanto, mesmo trazendo benefícios tanto para a empresa quanto para os profissionais, esse modelo pode encontrar resistência. Segundo Eduardo Carmello, consultor de liderança e diretor da Entheusiasmos, a maioria dos trabalhadores sente-se engajada, mas há exceções. “É preciso fazer uma segmentação para explicar melhor o contexto de engajamento e motivação dos diferentes funcionários”, comenta.
Ele explica que em primeiro lugar há os profissionais considerados proativos e de alta performance. Segundo Carmello, estes se sentem muito engajados com a gestão meritocrática porque já trabalham bem o conceito de esforçarem-se ao máximo. “Eles apreciam o reconhecimento e a recompensa a partir do próprio merecimento, talento e esforço produtivo”, conta. A segunda categoria seria de funcionários coativos e mantenedores, considerados profissionais de média performance. Para o especialista, esses funcionários também tendem a se sentirem bastante engajados na meritocracia já que, além de perceberem a justiça do sistema, prezam muito pelo apoio, confirmação, proximidade e orientação do gestor.
Finalmente, Carmello cita a categoria de funcionários de baixa performance. Esses profissionais são ativamente desengajados e, na maioria das vezes, resistentes a esse tipo de gestão. Segundo o consultor, eles partem de um modelo mental onde a empresa sempre deve direitos e bônus a eles, mas não se preocupam em responder à altura com deveres e produtividade. “É o trabalhador que não se importa com os prazos do seu trabalho, falta muito, faz coisas pela metade e delega suas responsabilidades”, explica. Das três categorias, apenas esses sentem-se bastante refratários e desmotivados em um modelo meritocrático, justamente porque acabam perdendo o privilégio dos ganhos que não vieram do próprio esforço.
Carmello ainda explica que cabe aos gestores a função de resolver eventuais problemas de engajamento que possam surgir durante a gestão meritocrática. Dessa forma seria possível colher os frutos prometidos por esse sistema, como melhora no crescimento de forma contínua e sustentável, assim como retenção de talentos. “Com uma liderança sólida e atenção às reações dos diferentes tipos de funcionários, é possível aplicar a verdadeira meritocracia, com todos os benefícios que esse modelo pode oferecer”, finaliza Carmello.