Com a entrada em operação de 1,52 milhão de novos celulares em novembro, o Brasil alcançou 61,18 milhões de acessos móveis em todo o País. Somados com os 39,36 mil telefones fixos em serviço em outubro, o Brasil supera a marca de 100,5 milhões de acessos telefônicos em operação. O anúncio foi feito por Pedro Jaime Ziller de Araújo, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel.
Segundo Pedro Jaime, ao superar o total de 61 milhões de telefones celulares, o Brasil passa a ocupar a sexta posição mundial em telefonia móvel, atrás apenas de países populosos e desenvolvidos, como a China e Estados Unidos. Este ano, até novembro, o crescimento do Serviço Móvel Pessoal (SMP) foi de 14,81 milhões de acessos. Os números de novembro de 2004, hoje anunciados pelo presidente, se cotejados com os de dezembro de 1994 mostram que os acessos móveis cresceram, nesse período, 8.002%, ritmo de evolução experimentado por raros países em todo o mundo.
Desse total de celulares verificados em novembro, 20,25% de telefones são pós-pagos e 79,75% pré-pagos. Por tecnologia, 39,07% dos celulares em serviço utilizam TDMA; 29,67% CDMA e 30,05% GSM. A tecnologia analógica (AMPS) ainda está presente em 0,37%, ou seja, cerca de 370 mil aparelhos em serviço.
Rápida evolução – Para o superintendente de Serviços Privados (SPV) da Anatel, Jarbas Valente, se em dezembro as vendas mantiverem a tendência observada neste semestre em relação a igual período do ano passado, a planta brasileira poderá se aproximar dos 70 milhões de telefones móveis ainda este ano.
Os acessos em operação nesse segmento, que somavam 755,2 mil em dezembro de 1994, no momento da privatização, em julho de 1998, já atingiam 5,6 milhões, que saltaram para 46,4 milhões no final do ano passado para chegar aos 61,18 milhões em novembro. O mesmo ritmo de evolução foi registrado na teledensidade – número de acessos por grupo de 100 habitantes: saltou de 0,5, em 1994, para 34,16 no mês passado, índice que, segundo Jarbas Valente, “tem dois significados relevantes: posiciona o Brasil acima da média mundial em teledensidade (32%), colocando-o nesse aspecto no rol dos países considerados atrativos para investimentos; sinaliza que o setor tem, ainda, muito horizonte para se expandir”. Outro índice relevante de teledensidade: em Brasília, a relação de aparelhos por grupo de 100 habitantes chegou, em novembro, a 93,51; o Rio de Janeiro vem em segundo lugar com 51,04.
Os reflexos sociais e econômicos da expansão do serviço móvel, como lembra Valente, são altamente significativos para o País. “De um lado, pelo fato de ampliar o acesso aos benefícios da moderna tecnologia das telecomunicações a todas as classes sociais; de outro, pela expansão industrial puxada pelo crescimento do setor, com desdobramentos altamente positivos na geração de empregos e nas exportações”, diz o superintendente.
De acordo com a edição 2003 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2002 para 2003 o número de domicílios atendidos unicamente por linha móvel celular apresentou elevação de 31,3%. Esse índice foi superior ao dobro do aumento observado de 2001 para 2002 (15,4%). Outra informação da PNAD: em 11,2% das moradias havia somente linha móvel celular, em 2003, contra 7,8% em 2001, quando começou esse levantamento.
Estimativa do setor industrial aponta que, este ano, serão comercializados em torno de 30 milhões de aparelhos celulares em todo o Brasil. Deste total, segundo a Associação Brasileira da Indústria Eletro e Eletrônica (Abinee), 50% serão adquiridos por novos assinantes; a outra metade, por assinantes que substituirão os aparelhos antigos. Só este ano, seis empresas vieram para o Brasil ou retomaram os investimentos, aqui, em fábricas de aparelhos celulares, em decorrência da rápida expansão de tecnologias recentes, como menciona o superintendente de Serviços Privados da Anatel, “tudo contribuindo para que o Brasil, provavelmente no próximo ano, avance, em volume, da sexta para a quarta posição no mercado mundial de aparelhos móveis”, diz Valente.