Situação 1: Nos outdoors de São Paulo há uma propaganda de uma paradisíaca ilha encabeçada com um título parecido com o acima. Não tenho nenhuma dúvida da afirmação, mas me perguntei se nós podemos também ser felizes em nossas empresas ou em uma cidade como São Paulo. Para mim é muito triste poder ser feliz só numa ilha maravilhosa. Situação 2: Em entrevista na Rádio Eldorado, César Souza, Coordenador Técnico do Congresso Nacional de RH, disse com muita propriedade que o diferencial competitivo das empresas hoje está nas pessoas e nas equipes, muito mais que na tecnologia ou nos recursos materiais ou financeiros. Situação 3: Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, em recente artigo do jornal “O Estado de São Paulo”, refere-se ao World Competitiveness Yearbook 2002, que destaca que os países que têm priorizado sistematicamente a educação, o desenvolvimento científico e tecnológico, e o desenvolvimento de suas empresas têm posição elevada no ranking de competitividade mundial. A estratégia competitiva para o século 21 deverá se basear principalmente nestes itens. Situação 4: John Schermerhorn, PhD, professor catedrático de Administração da Ohio University, diz na revista “Viver Parmalat” que para uma empresa alcançar seus objetivos e se diferenciar no Mercado, é imprescindível investir e valorizar o potencial humano. Ao final do dia você deve apostar em pessoas, não em estratégias – a definição de boas estratégias é apenas parte do desafio, pois a implementação será a parte crítica – nesse caso o fator humano é importantíssimo. Continua o Prof. Schermerhorn, qualquer instituição, visando lucros ou não, deve contribuir positivamente com a comunidade e o seu contínuo desenvolvimento. Se uma empresa não estiver disposta a investir nas pessoas, estará sempre lutando para se manter no mercado, no prazo máximo de um ano. Quando esta contribuição maior está clara, estabelece-se o compromisso e motivação de todos. Os líderes, quando atuam positivamente, abraçam emocionalmente as pessoas com quem trabalham, nelas confiando. Esse líder transmite um entusiasmo contagiante pelo seu trabalho e isso acaba atraindo seguidores para os mesmos compromissos. Ele cita Peter Drucker, para quem as características do líder são: – Estabelecer um sentido para a missão da empresa. – Aceitar a liderança como uma responsabilidade e não como um posto. – Ganhar e manter a confiança dos outros. Neste nosso turbulento ambiente empresarial, deixar de investir em pessoas, ficar paralisado à espera de definições representa um grave retrocesso para os resultados de negócio. Agora é a hora de: – Atualizar as estratégias da empresa. – Mobilizar as motivações e os potenciais de cada pessoa. – Treinar os líderes a serem assertivos, flexíveis e pró-ativos. – Incentivar a busca de altos desempenhos no trabalho em equipe. – Buscar a transparência nas comunicações. – Ensinar as pessoas a lidarem com as crises e com o stress delas resultante. Estas ações representam investimentos no capital humano, o alicerce da atuação contínua bem sucedida das empresas. Este foco dá sentido às quatro situações relatadas no início deste texto, pois a competência e o poder pessoal são a chave para carreiras profissionais e empresariais que fazem a diferença. Todos os profissionais que têm posições de liderança nas empresas têm a indelegável e sempre presente responsabilidade de dar significado ao trabalho individual e em equipe, construindo um local onde as pessoas possam ser felizes, e com isto construir, manter e desenvolver este sutil, estratégico e imprescindível capital humano. Gustavo G. Boog – consultor e terapeuta organizacional, diretor da Boog & Associados