Crise de energia pode afetar crescimento da atividade

A atividade pode não ter problemas com infra-estrutura de telecomunicações, como promete a Anatel. Mas, como todas as empresas de forma generalizada que precisam cumprir a metade estabelecida pelo Governo de reduzir em 20% o consumo de energia elétrica, as empresas de callcenter convivem com uma situação complicada. Para cumprir a meta, as empresas terão que arcar com os custos adicionais para manter as operações em funcionamento, repassá-los aos clientes ou simplesmente reduzir a operação em 20% e adaptar sua estrutura operacional, inclusive demitindo.

Apenas desligar lâmpadas, na nossa atividade, não será o suficiente para cumprir nossa cota de participação, avalia Alexandre Jau, presidente da Associação Brasileira de Marketing Direto, a Abemd. De acordo com o empresário, para economizar energia é indispensável desligar uma posição de atendimento, em função do alto nível de automação do negócio.

E o prejuízo pode ser muito maior, ao ponto de comprometer o ritmo de crescimento que a atividade vem mantendo nos últimos anos – a última pesquisa da ABT (2000, base 1999) indica mais de 130 mil posições de atendimento (entre terceirizados e internos) e 280 mil empregos gerados de forma direta. Para quem planeja crescer 15% este ano, além de recuperar a redução, por exemplo de 100 para 80 kWA, terá de investir em geradores para suportar a defasagem criada. E quem vai pagar a conta?, questiona.

Quem opta por adquirir um gerador, em função da demanda criada pelo produto, hoje tem que chegar a esperar até 90 dias para sua instalação. O passo seguinte é repassar o custo, pois o gerador não vai se transformar apenas em um ativo fixo. É preciso repassar seu preço, trazendo mais um custo para as empresas, num mercado hoje altamente competitivo, avalia Jau. Na prática, ele está sendo absorvido como custo e repassado ao cliente, pondera.

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