De mudança, como escolher!?



Com os grandes centros saturados, o mercado de call center tem realizado o caminho inverso do que se acostumou. A tendência agora é sair das capitais, em busca de menores custos e melhor mão-de-obra. O destino tem sido as cidades do interior. No entanto, como decidir qual a melhor cidade para receber uma operação de call center? Não é fácil e nem pode ser por feeling. “Escolher apenas por intuição pode trazer surpresas negativas já no ´day-after´ da inauguração, com a área de recursos humanos indicando dificuldade em contratar operadores e os diretores desinteressados em se deslocar até a cidade”, alerta o consultor José Ricardo Lima.

 

Para auxiliar o setor nessa busca, o portal Callcenter.inf.br se debruçou sobre dados oficiais e entrevistas com algumas prefeituras. A partir de uma análise metódica, racional e criterioso de diversos fatores, como infra-estrutura, disponibilidade de mão-de-obra, distância da capital e vocação da cidade, o portal chegou às dez melhores cidades do interior de São Paulo para abrir um call center. São elas Araraquara, Cotia, Indaiatuba, Itapecerica da Serra, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto e Taboão da Serra.

 

O diretor da ClienteSA, Vilnor Grube, comenta que cada uma das cidades acabou se destacando em um ponto, mas todas se apresentaram como ótimas condições de receber uma operação. “Agora, balizadas com as informações do nosso estudo, as empresas interessadas em ir para o interior podem tomar uma decisão muito mais consciente, evitando futuros problemas”, pontua.

 

O ESTUDO

A primeira análise feita pelo estudo foi da densidade populacional do Estado, identificando as regiões que têm maior potencial de desenvolvimento, levando em conta que a capital São Paulo possui uma população muito grande, gerando uma grande área de influência ao seu entorno. Outros fatores dimensionais, levados em consideração na análise, foram o tamanho e as características da população, principalmente nas cidades não vizinhas a São Paulo – pois do contrário há um fluxo de pessoas da capital.

 

Nesse estágio, cada empresa deve ter em mente a dimensão da operação na hora de escolher a cidade. Tomando como modelo uma operação de até 2.000 posições de atendimento, cálculos estimados com cerca de 10 indicadores críticos indicam que a cidade deve possuir uma população acima de 150.000 habitantes para suportar a demanda anual desta mão-de-obra. Com isso, chegou-se a 48 cidades. Porém, para evitar desvios e erros da análise, o estudo também levou em conta os eixos de acesso rodoviário e outros indicadores sócio-economicos e combinados a de fatores como de população, PIB, a qualidade dos acessos, entre outros, essa informação pode fazer com que uma cidade pequena, eventualmente, seja uma boa opção em função da proximidade a outra maior e mais desenvolvida.

 

Em uma segunda etapa dos estudos, foram analisados os pontos que mais afetam diretamente a operação. O primeiro é o próprio interesse das prefeituras em levar uma operação para a cidade. Da mesma forma, a pesquisa procurou saber com qual segmento o contact center iria disputar a mão-de-obra. Entrou nessa análise também o número de operações de atendimento que há na cidade. Com o recente movimento das empresas saírem da capital, alguns municípios já estão ficando saturados para esse mercado.

 

Um item crítico, que mereceu uma maior atenção nessa segunda fase do estudo, foi a disponibilidade de mão-de-obra com as características necessárias para o atendimento. Isso porque muitos fatores precisam ser estimados e analisados, tais como tamanho da população, densidade geográfica, quantidade de população matriculada no segundo grau e no primeiro ano de cursos superiores, índice de desemprego, PIB do município, IDH e disponibilidade de mão de obra treinada e a ser treinada. Tão importante quanto, foi analisar a infraestrutura que a cidade oferece. Dessa forma, chegamos às dez cidades. Agora é com o mercado, basta escolher.

 

 

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