As lideranças femininas no atendimento não apenas se destacam pelo desempenho, mas também pela inclusão e colaboração que promovem
Autora: Marina Vaz
O call center, por muito tempo marcado por estigmas e falta de valorização, ainda pode ser um setor marginalizado. Isso ocorre, em parte, porque as oportunidades frequentemente são voltadas para pessoas em seu primeiro emprego. Contudo, conforme aponta o estudo de 2023 da Associação Portuguesa de Contact Centers, o percentual de profissionais com ensino superior ou que frequentaram esse nível subiu para 45% em 2022, em comparação com 36% no ano anterior.
No Brasil, a força de trabalho feminina domina as áreas de atendimento ao cliente e telemarketing, representando expressivos 59,5%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em 2019. Esse predomínio pode ser resultado de expectativas sociais que, historicamente, as direcionaram para funções estigmatizadas. Uma pesquisa realizada pela Agência Virta, em parceria com o Instituto QualiBest, revelou que 22% das mulheres acreditam que ser operacional ou estratégica não está relacionado ao sexo, mas à personalidade. Diante desse cenário, torna-se crucial desafiar essa visão, evidenciando nossas habilidades naturais, como o fato de sermos excelentes solucionadoras de problemas.
Ao explorar o universo do atendimento, as mulheres não apenas demonstram uma comunicação eficaz, resolvendo problemas com destreza, mas também exibem habilidades assertivas na gestão de equipes. O perfil multitarefa, característico de profissionais do setor, também destaca-se na administração do relacionamento com o cliente, incorporando empatia e outras competências que garantem um atendimento eficaz.
Além disso, é fundamental salientar que as lideranças femininas no atendimento não apenas se destacam pelo desempenho, mas também pela inclusão e colaboração que promovem. Suas abordagens inspiradoras estimulam os profissionais a buscarem pela excelência, contribuindo para uma experiência de alta qualidade.
Podemos concluir que, ao criarmos ambientes que reconheçam e valorizem plenamente essas habilidades, permitimos que as mulheres prosperem – independentemente dos estigmas associados a determinados setores. Essa mudança de perspectiva não apenas beneficia as organizações, mas também as enriquece, possibilitando capitalizar plenamente o potencial disponível no mercado de atendimento no Brasil.
Marina Vaz é CEO e fundadora da Scooto.